Indicador mede bem-estar da população
Levando em conta as necessidades básicas, o Índice de Progresso Social listou dez municípios pernambucanos que estão em situação crítica
CARLOS LOPES
Publicação: 30/06/2025 03:00
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A Ilha de Itamaracá teve a segurança como um indutor do seu resultado negativo |
Pernambuco tem dez municípios em condições críticas ao acesso da população às necessidades básicas para o ser humano viver bem, como alimentação adequada, cuidados médicos básicos, água potável, saneamento, moradia e segurança pessoal. É o que avalia o Índice de Progresso Social (IPS).
O Anuário 2025 do IPS, uma metodologia que avalia a qualidade de vida da população no Brasil além das métricas econômicas, dividiu os municípios do país em nove categorias, classificado-os a partir das médias obtidas com dados oficiais.
No recorte Necessidades Básicas do Anuário, dez municípios de Pernambuco estão na segunda pior categoria, classificada na cor rosa, que abrange as localidades com médias entre 53,31 e 59,65 - a pior é a vermelha, com médias entre 37,58 e 48,24.
PIORES
A Ilha de Itamaracá, já cantada em verso e prosa e que um dia já foi a principal atração turística do litoral pernambucano, assume a primeira colocação de um ranking nada positivo. O município da do estado ficou com a média 54,55. Média essa tirada a partir de notas em quatro pontos básicos: Nutrição e Cuidados Básicos (69,14), Água e Saneamento (61,81), Moradia (77,61) e Segurança (9,64). Itamaracá não teria ficado na última colocação no estado se a violência não tivesse tomado conta do município.
Em uma situação semelhante está a segunda colocada no ranking, outra cidade litorânea: São José da Coroa Grande (56,13), no litoral Sul. A nota baixa em Segurança é idêntica, 9,64, e responsável por rebaixar a média geral. Nos outros critérios, um bom desempenho em Água e Saneamento (59,33) e em Nutrição e Cuidados Básicos (72,54) e ótimo em Moradia (83,01).
Terceiro no ranking dos municípios com piores índices em acesso às necessidades básicas à população, vem Casinhas (56,26), no Agreste pernambucano. As ótimas notas em Nutrição e Cuidados Básicos (80,78) e Moradia (83,83) não foram suficientes para impedir que a média final despencasse devido aos fracos desempenhos em Água e Saneamento (23,55) e Segurança (36,88).
Outras sete localidades fecham o grupo das piores médias do estado: Paranatama (56,83), no Agreste; Rio Formoso (57,31), na Zona da Mata; Jataúba (57,59), no Agreste; Araçoiaba (57,98), na Mata Norte; São Vicente Ferrer (58,20), no Agreste; Carnaúba da Penha (58,26), no Sertão; e Jupi (58,90), no Agreste.
MELHORES
A categoria de melhor acesso às necessidades básicas para a população é a azul-escuro, com médias entre 83,17 a 91,32. O único representante do estado entre os melhores é o distrito de Fernando de Noronha (86,38).
A segunda categoria, a azul (médias entre 79,15 e 83,16), tem três municípios pernambucanos: Itacuruba (81,01), no Sertão; Cachoeirinha (80,17), no Agreste; e Tuparetama (79,26), no Sertão.
Recife ficou na categoria intermediária (entre 68,07 e 71,66), identificada na cor amarelo, com a média 68,14.
A capital do estado teve bons desempenhos em Nutrição e Cuidados Básicos (71,14) e Água e Saneamento (75,82); e ótimo em Moradia (87,59). O ponto fraco foi Segurança (37,72), baixando a média final.
METODOLOGIA
O Índice de Progresso Social (IPS) usa dados socioambientais e de resultados, não se atendo ao volume de investimentos ou tamanho da infraestrutura, mas sim, se os recursos interferem diretamente na qualidade de vida da população.
A metodologia, que utiliza dado recentes e públicos, disponíveis a todos os municípios do país, se apoia em três pilares, cada um com quatro subtópicos.
Necessidades Humanas Básicas: Nutrição e Cuidados Básicos, Água e Saneamento, Moradia e Segurança; Fundamentos do Bem Estar: Acesso ao Conhecimento Básico, Acesso à Informação e Comunicação, Saúde e Bem Estar e Qualidade do Meio Ambiente; e Oportunidades: Direitos Individuais, Liberdades Individuais e de Escolha, Inclusão Social e Acesso à Educação Superior.