Futuro do transporte na RMR requer R$ 12 bilhões
Estudo realizado pelo BNDES aponta que a Região Metropolitana do Recife demandará aportes bilionários em sistemas como VLTs, monotrilhos e BRT
PEDRO IVO BERNARDES
Publicação: 26/07/2025 03:00
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Projetos como novas linhas de VLT são um dos focos do estudo realizado pelo banco |
O futuro do sistema público de passageiros da Região Metropolitana do Recife (RMR) estariam nos trilhos - metrô, VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e monotrilhos - a um custo de cerca de R$ 12 bilhões, dos quais R$ 10 bilhões seriam destinados apenas à expansão da atual malha metroviária com a criação de cinco novas linhas. Isso, sem contar os cerca de R$ 1 bilhão necessários para recuperar a atual malha.
Os dados fazem parte das etapas iniciais do Estudo Nacional de Mobilidade Urbana (ENMU), realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em parceria com o Ministério das Cidades. O alto custo do projeto, no entanto, termina colocando o metrô em segundo plano.
Ainda assim, os modais sobre trilhos são predominantes entre as soluções propostas pelo BNDES para a capital pernambucana e cidades vizinhas. De acordo com a versão mais recente do estudo, o Boletim Informativo nº 4, o Recife tem potencial para mais do que dobrar sua rede de transporte público coletivo de média capacidade (TPC-MAC) nas próximas três décadas, acrescentando 81 quilômetros (km) à sua rede atual, que conta com 68 km.
Ao todo, o levantamento se concentra em seis projetos de sistemas de BRT, VLT ou monotrilho que poderiam ser implementados nas próximas décadas. As propostas foram selecionadas entre 15 soluções avaliadas na primeira etapa do estudo, tendo como base obras já cogitadas, em algum momento, para a RMR.
As intervenções estudadas incluem as linhas Igarassu-Joana Bezerra e Oeste Derby-São Lourenço, de uma eventual expansão do metrô, além do Corredor Norte-Sul (VLT), do Corredor BR-101 (VLT, BRT ou Metrô), do Corredor da Avenida Norte (VLT, BRT ou Metrô) e do Corredor da Avenida Agamenon Magalhães (VLT, BRT ou Metrô). Os três últimos projetos teriam modais sobrepostos.
Já a expansão da rede de trens urbanos operados a diesel pela CBTU, a exemplo da linha Cabo - Suape (trem); a extensão da linha Sul de Cajueiro Seco a Suape (metrô) e várias linhas de VLT foram descartadas por apresentarem demanda muito baixa.
O detalhamento de cada uma das seis intervenções selecionadas ainda será divulgado na próxima etapa do estudo. Nessa fase, prevista para durar até o fim do próximo mês, cada proposta contará com informações detalhadas sobre traçado, tecnologia, estimativas de investimentos, custos operacionais e benefícios esperados.
Dos 15 projetos iniciais avaliados, quatro são oriundos da Prefeitura do Recife, quatro do Governo de Pernambuco e sete (já excluindo o trem a diesel) do governo federal. A projeção faz parte de um estudo mais amplo que analisou as 21 maiores regiões metropolitanas do país. No cenário nacional, o ENMU prevê uma possível expansão de aproximadamente 2,5 mil quilômetros nas redes de transporte público até 2054.