Trânsito no José Estelita muda a partir de hoje Com a implantação do novo sistema viário do local, as pistas que ficavam na frente da Bacia do Pina serão fechadas para a construção do parque público

Publicação: 02/07/2025 03:00

As intervenções no trânsito ficaram em R$ 50 milhões, custeados pelo consórcio (RAFAEL VIEIRA/DP FOTO)
As intervenções no trânsito ficaram em R$ 50 milhões, custeados pelo consórcio

Começa a funcionar a partir das 7h de hoje, o novo sistema viário do Cais José Estelita, na área central do Recife. Com isso, os dois sentidos da pista da Avenida Engenheiro José Estelita, entre o bairro de São José e o Cabanga, serão definitivamente fechados para a construção do novo parque urbano do Recife, que terá dez hectares de área pública. Agentes e orientadores de trânsito estarão no local durante os primeiros dias da mudança.

Com o novo sistema, o fluxo de veículos será levado para as seis faixas, três em cada sentido, construídas na área dos prédios do projeto Novo Cais. “Serão três novas faixas: três no sentido Zona Sul-Centro e outras três sentido Centro-Zona Sul. Toda essa infraestrutura garante quase 10 hectares que vão ter utilização pública (a partir dos novos parques que serão feitos), tanto na área da margem da Bacia do Pina quanto na área da Memória Ferroviária, que já faz divisa com a Avenida Sul”, explicou o prefeito João Campos, por meio de nota.

A implantação dos dois parques foi incluída no plano de mitigação apresentado pelo Consórcio Novo Recife, capitaneado pela construtora Moura Dubeux, para conseguir viabiliar o empreendimento. 

Segundo o prefeito, são mais de R$ 120 milhões em obras que o setor privado está realizando e que serão de utilização pública - incluindo os parques e toda nova infraestrutura viária. “Foi uma pactuação do projeto aprovado pela Prefeitura. Então, a partir de amanhã será liberado esse novo viário e já será iniciada a construção de um dos novos parques da cidade para essa área”, garantiu João Campos.

 (REPRODUÇÃO)

FUNCIONAMENTO
A partir de hoje, os carros vão passar por duas avenidas paralelas, uma mais perto da Bacia do Pina, no sentido Zona Sul-Centro; e outra no sentido Centro-Zona Sul, na área onde funcionará o futuro Parque da Memória Ferroviária e chamada de Avenida Senador Francisco Pessoa de Queiroz. Os condutores que saírem do Centro em direção à Zona Sul serão desviados logo após os armazéns do Cais José Estelita - pouco depois da descida do Viaduto das Cinco Pontas - para a nova via. Já os que vêm no sentido oposto pegam o desvio logo após o Cabanga Iate Clube. 

A presença de retornos entre quadras facilitará a redistribuição do fluxo e reduzirá deslocamentos desnecessários. O sistema também contará com ciclovias e calçadas mais largas e niveladas com impacto direto na fluidez viária.

PEDESTRES
Quando o novo parque for entregue, haverá ainda o prolongamento da Avenida Dantas Barreto, criando um eixo direto entre a Praça da República e o local, com travessia nivelada para pedestres, permitindo que quem caminhe pelas calçadas da Dantas Barreto siga diretamente até a orla. Este trecho do projeto será destinado, exclusivamente, para os pedestres. 

Todas as intervenções viárias foram realizadas pelos empreendedores do projeto imobiliário, com custo total de R$ 50 milhões. “Além da melhoria na fluidez e conectividade entre o Centro e a Zona Sul da cidade, o projeto traz um novo tratamento para a mobilidade ativa, através da criação de novas calçadas, travessias elevadas e novas ciclovias”, explica a presidente da CTTU, Taciana Ferreira. 

Além das intervenções já prontas, um destino ainda continua incerto: o do próprio Viaduto das Cinco Pontas. Incluída no plao de mitigação do empreendimento, a sua demolição depende apenas de uma decisão da Prefeitura, segundo informou a Moura Dubeux, durante entrevista em maio para detalhar os projetos viculados ao Novo Cais. 

Outro foco de investimento foi no sistema de drenagem pluvial da região - que foi redesenhado para resolver gargalos históricos de alagamento em áreas como o bairro de São José. As obras incluem novas redes pluviais que atravessam a antiga linha férrea, conexões com a bacia do Rio Capibaribe e pontos de escoamento interligados à Avenida Sul, elevando a resiliência hídrica da área.

Já o parque público da orla – que ocupará uma área de 33 mil metros quadrados - tem previsão para entrega em junho do próximo ano. Além dele, também está em andamento o trabalho de restauração de galpões e casarios do que virá a se tornar o Parque da Memória Ferroviária - projeto acordado entre o consórcio e Advocacia Geral da União (AGU), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Secretaria do Patrimônio da União (SPU) - que representam os interessdes da antiga rede ferroviária federal.