Afogados vive caos por causa de esgoto Moradores e comerciantes que vivem nas proximidades do mercado do bairro estão sendo obrigados a conviver com poças de água suja

ADELMO LUCENA

Publicação: 08/08/2025 03:00

ADELMO LUCENA
Moradores e comerciantes que vivem e trabalham próximo ao Mercado de Afogados, na Zona Oeste do Recife, estão sofrendo prejuízos financeiros e de saúde causados por uma poças orundas da rede de esgoto. Pessoas que passam diariamente entre o cruzamento entre as ruas do Acre e Nicolau Pereira, na esquina do Mercado de Afogados, denunciam que o trecho está quase intransitável.
A equipe do Diario de Pernambuco esteve no local ontem e registrou imagens que mostram um esgoto a céu aberto que toma parte das vias, formando grandes poças de água suja. Veículos trafegam com dificuldade, contornando a área alagada e os buracos.
O mau cheiro causado pelo acúmulo de água da rede de esgoto tem afastado clientes que costumavam frequentar o Mercado de Afogados. Comerciantes precisam descarregar seus produtos e fazer as vendas driblando a água suja que está tomando conta das ruas.
Solange de Barros, de 54 anos, mantém um boxe de refeições no espaço e precisou demitir duas funcionárias após perder clientes devido ao odor.
%u201CEu nunca vi um absurdo desses. A gente está assim, ao deus-dará. O movimento está fraco. Hoje eu vendi duas cervejas desde de manhã. Antes dessa obra o povo vinha, estacionava e bebia aqui no mercado. Eu tinha três funcionários e agora só estou com uma porque o movimento caiu%u201D, relata a comerciante, que afirma ter sido infectada com o vírus da dengue por conta da quantidade de mosquitos que rondam a água parada.
Outro comerciante que também passou por problemas de saúde é Leonardo Alberto Alves, de 50 anos. Ele vende bebidas no mercado e recebeu alta após contrair uma doença que acredita ter vindo da água suja. %u201CTenho este comércio há mais de cinco anos e esse esgoto está assim há um ano. Trabalhar com esse cheiro é horrível e nojento. Eu saí do hospital ontem e já vi relatos de um homem que morreu de leptospirose. A gente paga tanto imposto, tem um condomínio que a gente paga do mercado e a gente passa por uma situação dessa. A gente corre atrás [dos responsáveis], mas não dá em nada%u201D, conta.
O vendedor Rodrigo Azevedo, de 40 anos, também viu sua clientela ir embora à medida que o mau cheiro e os alagamentos pioraram. Ele comercializa frutos do mar e comenta que nenhum cliente quer ir comprar em um estabelecimento com a higiene comprometida.
%u201CPelo menos 50% dos clientes deixaram de comprar. Todos os dias sentimos esse mau cheiro, desde 5h até 17h, e os clientes também reclamam. Estava até difícil pagar os impostos porque não temos clientes. Essa água suja chega até o último degrau do mercado quando chove, mas até com a maré cheia fica ruim%u201D, pontua.

RESPOSTAS
O Diario de Pernambuco proucurou a Compesa e a Prefeitura do Recife para saber o motivo da situação estar assim na localidade. Em nota, a Compesa informou que %u201Cnão opera rede coletora de esgoto na Rua do Acre, bairro de Afogados, e também não está implantando tubulações de esgoto nessa via%u201D.
Já a Prefeitura do Recife e a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife !Emlurb) informaram que %u201Ca BRK/COMPESA executa, no momento, implantação do Sistema de Esgotamento Sanitário. A empresa pediu prazo até dia 22 deste mês para finalizar os serviços%u201D. Além disso, o município reforçou que, %u201Cpela Lei do Pavimento, a concessionária que causa interferência na via é responsável pela recomposição da via%u201D.