INSTRUMENTAL » Encontro de virtuosos no Agreste de Pernambuco

Fellipe Torres
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Publicação: 12/07/2017 03:00

Criar um festival dedicado a apresentações de ópera é um sonho para os realizadores do Virtuosi. Ao menos por ora, trata-se de uma aspiração distante, devido aos altos custos de produção dos espetáculos do gênero. Enquanto o projeto não se concretiza, o público terá um vislumbre de como seria o evento com a participação do contratenor Edson Cordeiro nos concertos e recitais gratuitos previstos para o Agreste de Pernambuco a partir de hoje.

A programação do Virtuosi começa por Belo Jardim, cuja edição deste ano homenageará os 90 anos de nascimento de Ariano Suassuna e os 25 anos da morte do argentino Astor Piazzolla. Haverá atrações como a Orquestra Jovem de Pernambuco, hoje, o grupo UniRio Metais, amanhã, e o Coral Moura, no próximo sábado.

“Você não precisa entender (de música erudita) para gostar. Nossos hits são de 300 anos. Até em propaganda de sabonete tem Primavera, de Vivaldi. O sentimento que a música desperta em um público de baixa renda é igual ao que desperta em pessoas ricas. Ele independe de religião, cor e condição social”, compara a pianista e coordenadora do Virtuosi, Ana Lúcia Altino.

Na próxima semana, o festival chega em Gravatá e Garanhuns, onde ocorre na programação paralela do Festival de Inverno. Entre os destaques da grade, estão a violinista canadense Yi-Jia Susanne Hou, os pianistas Kristina Miller (Rússia) e Victor Asuncion (Filipinas). Esse último vai interpretar um recital dedicado a Frederic Chopin, enquanto Miller apostará em um programa em homenagem a compositores compatriotas. Acesse a programação completa do Virtuosi em bit.ly/2tALRPH.

“Não enveredamos para outros gêneros (para além da música erudita). Há casos em que contamos com a participação de figuras como Maestro Forró, que não interpretou frevo e, sim, música clássica. Também tivemos Naná Vasconcelos. Muita gente deixou de ir achando que seria um maracatu, mas ele apresentou um concerto para berimbau. Não nos interessa a música popular, porque ela já está em muitos espaços, como a própria televisão. E nem sempre é a boa música popular”
Ana Lúcia Altinho, pianista e coordenadora do Virtuosi