Revisitando a obra de Carrero
Box "Ceifa Sangrenta em Campo de Batalha", que reúne quatro trabalhos literários reeditados do mestre Raimundo Carrero, será lançado amanhã, no Recife. Reedição é um convite aos leitores para redescobrirem as criações do escritor
Allan Lopes
allan.lopes@diariodepernambuco.com.br
Publicação: 31/08/2023 03:00
Admiradores, leitores e mesmo os não familiarizados com os trabalhos de Raimundo Carrero, um dos mestres da literatura pernambucana, terão a oportunidade inédita de revisitar ou descobrir uma parte das criações do autor. Amanhã, a partir das 20h, o escritor lançará o box Ceifa Sangrenta em Campo de Batalha. O evento é gratuito e contará com uma sessão de autógrafos no Centro Cultural Raimundo Carrero, localizado no bairro do Espinheiro. A capa e as ilustrações que compõem a identidade visual do box são assinadas pela artista pernambucana Hallina Beltrão.
O lançamento da OIA Editora traz uma reedição de quatro obras escritas por Carrero – A Dupla Face do Baralho (1984), Os Extremos do Arco-Íris (1992), Viagem no Ventre da Baleia (1987) e Sinfonia para Vagabundos (1992). “Achei ótimo, porque recorta a sua obra e dá condições de avaliar aquilo que foi planejado nos momentos mais tensos e densos da vida”, avalia o escritor, oriundo de Salgueiro, em entrevista ao Viver. Ele explica que as obras selecionadas correspondem à fase mais importante da sua carreira. “Trabalhei para reunir a parte da minha juventude que mais me emocionou. Era a hora que eu devia impulsionar a minha vida literária.”
Uma das fontes de inspiração que expandiu a sua visão foi a leitura de Ciclo da Cana de Açúcar, obra de José Lins do Rego, que ele considera ser o conteúdo mais marcante do autor. “Achei muito curioso. É onde a mente dele entra em ebulição e faz a experimentação da vida com a obra. É nesse momento que começamos a viver intensamente na vida normal e na vida literária”, ressalta. Na seleção para Ceifa Sangrenta em Campo de Batalha, ele define A Viagem no Ventre da Baleia como a produção mais emblemática. “A obra, como a vida, é uma viagem densa, alegre, trágica e dramática ao redor do mundo.”
A compilação dos livros foi realizada pelo amigo e autor pernambucano Thiago Medeiros, editor da OIA. Desde 1990, Carrero ministra sua Oficina de Criação Literária, na qual teve contato com Medeiros em uma de suas turmas. Por essa razão, o box não só reverencia o escritor, mas também evidencia seu lado como educador. “Em Sinfonia para Vagabundos, que foi a primeira obra que escolhemos para reeditar, tem essas duas viagens, de realmente ser uma obra que trata a questão da escrita literária, mas ele vai aplicando esses métodos, essas técnicas das quais ele está falando, à medida que vai construindo um romance”, aponta o editor.
Eleito em 2004 para a cadeira de número 3 da Academia Pernambucana de Letras (APL), Raimundo Carrero é um nome de destaque na cena literária brasileira, com participação ativa no Movimento Armorial no início da década de 1970. Foi pupilo de Hermilo Borba Filho e Gilberto Freyre, de quem era assessor de imprensa. Consagrado com o Prêmio Jabuti em 2000, na categoria de Conto, por meio da obra As Sombras Ruínas da Alma, ele também mostrou talento no texto jornalístico. Raimundo trabalhou durante 25 anos no Diario de Pernambuco, onde exerceu múltiplas funções, como as de editor de Polícia e editor-chefe da redação.
O autor já vislumbra publicar uma nova trilogia no futuro, com os seguintes livros: A História de Bernarda Soledade (1975), Tangolomango (2013) e Colégio de Freiras (2019). “Uma trilogia sobre mulheres que aborda o homem feminino, desde o começo do século até hoje.” Em 2018, a Cepe publicou o volume Condenados à Vida, que reúne sua tetralogia composta por Maçã Agreste (1989), Somos Pedras que se Consomem (1995), O Amor não tem Bons Sentimentos (2008) e Tangolomango (2013).
O lançamento da OIA Editora traz uma reedição de quatro obras escritas por Carrero – A Dupla Face do Baralho (1984), Os Extremos do Arco-Íris (1992), Viagem no Ventre da Baleia (1987) e Sinfonia para Vagabundos (1992). “Achei ótimo, porque recorta a sua obra e dá condições de avaliar aquilo que foi planejado nos momentos mais tensos e densos da vida”, avalia o escritor, oriundo de Salgueiro, em entrevista ao Viver. Ele explica que as obras selecionadas correspondem à fase mais importante da sua carreira. “Trabalhei para reunir a parte da minha juventude que mais me emocionou. Era a hora que eu devia impulsionar a minha vida literária.”
Uma das fontes de inspiração que expandiu a sua visão foi a leitura de Ciclo da Cana de Açúcar, obra de José Lins do Rego, que ele considera ser o conteúdo mais marcante do autor. “Achei muito curioso. É onde a mente dele entra em ebulição e faz a experimentação da vida com a obra. É nesse momento que começamos a viver intensamente na vida normal e na vida literária”, ressalta. Na seleção para Ceifa Sangrenta em Campo de Batalha, ele define A Viagem no Ventre da Baleia como a produção mais emblemática. “A obra, como a vida, é uma viagem densa, alegre, trágica e dramática ao redor do mundo.”
A compilação dos livros foi realizada pelo amigo e autor pernambucano Thiago Medeiros, editor da OIA. Desde 1990, Carrero ministra sua Oficina de Criação Literária, na qual teve contato com Medeiros em uma de suas turmas. Por essa razão, o box não só reverencia o escritor, mas também evidencia seu lado como educador. “Em Sinfonia para Vagabundos, que foi a primeira obra que escolhemos para reeditar, tem essas duas viagens, de realmente ser uma obra que trata a questão da escrita literária, mas ele vai aplicando esses métodos, essas técnicas das quais ele está falando, à medida que vai construindo um romance”, aponta o editor.
Eleito em 2004 para a cadeira de número 3 da Academia Pernambucana de Letras (APL), Raimundo Carrero é um nome de destaque na cena literária brasileira, com participação ativa no Movimento Armorial no início da década de 1970. Foi pupilo de Hermilo Borba Filho e Gilberto Freyre, de quem era assessor de imprensa. Consagrado com o Prêmio Jabuti em 2000, na categoria de Conto, por meio da obra As Sombras Ruínas da Alma, ele também mostrou talento no texto jornalístico. Raimundo trabalhou durante 25 anos no Diario de Pernambuco, onde exerceu múltiplas funções, como as de editor de Polícia e editor-chefe da redação.
O autor já vislumbra publicar uma nova trilogia no futuro, com os seguintes livros: A História de Bernarda Soledade (1975), Tangolomango (2013) e Colégio de Freiras (2019). “Uma trilogia sobre mulheres que aborda o homem feminino, desde o começo do século até hoje.” Em 2018, a Cepe publicou o volume Condenados à Vida, que reúne sua tetralogia composta por Maçã Agreste (1989), Somos Pedras que se Consomem (1995), O Amor não tem Bons Sentimentos (2008) e Tangolomango (2013).