Jovens autistas ocupam espaço na 25ª Fenearte
Com estande montado na área da Rede Solidária, Instituto Dimitri Andrade estimula a inserção de pessoas neurodivergentes no mercado de trabalho
Derick Souza
Publicação: 16/07/2025 03:00
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As peças criadas pelo ceramista Cláudio Neves fazem parte da coleção Ecos da Inclusão |
A 25ª edição da Fenearte volta a ser palco de inclusão com a participação do Instituto Dimitri Andrade. Jovens com autismo atendidos pela instituição integram o time de vendedores no estande montado na área da Rede Solidária, reafirmando o compromisso com a autonomia e a inserção de pessoas neurodivergentes no mercado de trabalho.
As peças à venda carregam mais do que técnica: trazem uma história de afeto, luta e representatividade. A coleção Ecos da Inclusão é assinada pelo ceramista Cláudio Neves, pai de uma criança autista, que transformou sua vivência pessoal em arte com propósito. Cada vaso, luminária ou travessa é uma extensão simbólica das emoções, desafios e conquistas que envolvem o universo do autismo. Criadas exclusivamente para a Fenearte, elas têm edição limitada e parte da renda obtida com as vendas será destinada às ações do instituto.
Uma das criações mais simbólicas é a xícara azul com alça em formato de quebra-cabeça. Lançada no ano passado em homenagem a Dimitri Andrade, jovem autista que inspirou a fundação da entidade, a peça tornou-se um símbolo da causa. Além das cerâmicas, o estande também conta com camisas, acessórios e livros.
O modelo de emprego apoiado adotado pelo instituto busca enfrentar um cenário urgente: de acordo com a organização Autism Speaks, 85% dos adultos com autismo estão fora do mercado de trabalho. A proposta é criar pontes reais, conectando talentos a oportunidades concretas. Seja em eventos como a Fenearte, seja por meio de parcerias com empresas, o objetivo é garantir que cada jovem encontre espaço para desenvolver suas habilidades com dignidade e autonomia.
Para a psicóloga Frínea Andrade, os neurodivergentes precisam ultrapassar os limites das salas de terapia e ocupar todos os espaços. “Quando colocamos os jovens como protagonistas, a transformação acontece de verdade para eles”, pontua Frínea.