As facetas infinitas de Ariano Suassuna "Ariano Suassuna: no teatro da vida", de Anderson da Silva Almeida, detalha a dramaturgia, o Movimento Armorial e o legado das obras do autor paraibano

André Guerra

Publicação: 08/02/2025 03:00

Motivado pela necessidade de se aprofundar na humanidade e complexidade de um dos maiores nomes da cultura brasileira, o pesquisador Anderson da Silva Almeida desenvolveu o livro Ariano Suassuna: No Teatro da Vida. Abarcando desde a atuação do escritor paraibano no período da ditadura militar à influência do Movimento Armorial nas décadas após a sua criação, a obra chega ao público após uma culminação de datas: no ano passado completou-se dez anos do falecimento de Ariano, 60 anos do Golpe Militar de 1964 e, ainda, a continuação de um dos maiores ícones do imaginário do autor, O Auto da Compadecida 2.

Pesquisador do período da ditadura, Anderson buscou compreender a influência de Ariano no Conselho Federal de Cultura para fazer, a partir de uma perspectiva histórica, uma coletânea de linguagem contemporânea que detalhasse a dramaturgia, o Movimento Armorial e a força de suas obras, reunindo pesquisas de outros autores.

"Para o livro, foi um desafio historicizar tudo. No decorrer da pesquisa, não deu para colocá-lo de forma binária: da mesma forma que ele trabalhou em um órgão do regime, ele também lutou contra a censura e abrigou perseguidos. Abordar isso sem cair em um denuncismo foi um grande desafio", conta.

Anderson segue explicando a organização da publicação: "Na primeira parte do livro, o leitor encontrará um perfil mais biográfico e de atuação política. Na segunda, os textos dialogam mais com análises sobre influências e a construção de sua dramaturgia. Nesse sentido, há um caráter híbrido que tenta dialogar com leitores e leitoras para além do público universitário".