Cinema nacional é tema de curso on-line Crítico e professor Luiz Joaquim promove nove encontros para discutir história da sétima arte brasileira, desde os filmes silenciosos

André Guerra

Publicação: 07/04/2025 03:00

Aulas vão abranger desde as origens do cinema no Brasil até a histórica vitória no Oscar 2025, com Ainda Estou Aqui (RUAN PABLO/DP FOTO)
Aulas vão abranger desde as origens do cinema no Brasil até a histórica vitória no Oscar 2025, com Ainda Estou Aqui

Nos últimos meses, o povo brasileiro se aproximou do cinema da sua terra com uma comoção que tomou conta de todas as rodas de conversa. Toda essa torcida, que culminou na vitória de Ainda Estou Aqui no Oscar 2025 na categoria Melhor Filme Internacional, foi o principal motor do curso on-line idealizado pelo crítico e professor Luiz Joaquim, também curador do Cinema da Fundação Joaquim Nabuco. Os nove encontros, que ocorrerão sempre às quintas-feiras, começam no próximo dia 10 e seguem até 5 de junho, entre 19h30 e 21h30, com tempo de exposição de conteúdo e, ao final, de perguntas e respostas.

Ao longo do curso, intitulado O Cinema Brasileiro, uma Introdução: Do Silencioso a Ainda Estou Aqui, Luiz vai refletir com os alunos o impacto do primeiro prêmio da Academia conquistado pelo Brasil e relembrar todo o percurso que nos levou até esse resultado, discutindo ainda a repercussão de sucessos recém-nascidos, como O Último Azul, de Gabriel Mascaro, vencedor do Urso de Prata no Festival de Berlim, e toda a expectativa criada em torno de O Agente Secreto, novo filme de Kleber Mendonça Filho, previsto para agosto.

O curso faz um passeio que começa na chegada do cinema no país, no final do século 19, e segue pelos vários ciclos do audiovisual brasileiro. Em entrevista ao Viver, Luiz explica que não há pré-requisitos de conhecimentos anteriores para participar dos encontros. “Discutir a sétima arte local é importante sempre e temos que ter cuidado para que a conversa não fique restrita a uma bolha. Glauber Rocha já dizia que o nosso cinema só atingiria as alturas quando o povo o assumisse como algo realmente seu, como o futebol e o carnaval. Estou muito feliz de poder reunir alunos de diferentes estados e de fora do país para trocar ideias”, ressalta.

O professor lembra ainda da importância de manter a discussão sobre a riqueza do cinema nacional para além de fenômenos pontuais. “Fui percebendo como as pessoas se tornaram amigas de infância do cinema brasileiro, vibrando e torcendo pela atriz Fernanda Torres e por Ainda Estou Aqui”, aponta Luiz Joaquim. “Uma comoção estimulada por esse evento de divulgação global que é o Oscar, mas que, como todos sabemos, não acontece da mesma forma com outras produções. Temos que lutar para que esse entusiasmo vire regra”. Uma coisa é certa: bons filmes não faltam para isso.