Em Berlim, raiva é transformada em performance Espetáculo, que ocupa o palco do Teatro Apolo neste sábado, mescla diversas linguagens artísticas, como dança, performance e projeções visuais especiais

Allan Lopes

Publicação: 05/04/2025 03:00

A atriz e bailarina Maria Barreira é um dos destaques (DIVULGAÇÃO)
A atriz e bailarina Maria Barreira é um dos destaques
O espetáculo Berlim, que chega ao Teatro Apolo neste sábado, às 20h, convida o público a refletir, através de uma perspectiva subjetiva, sobre conflitos globais e mal-estar contemporâneo. Mais do que questionar, a obra propõe novos olhares sobre essas realidades, revelando como o contato com o mundo pode germinar esperança e renovação.

A inspiração para Berlim nasceu do trauma vivido pelo bailarino, coreógrafo, diretor e produtor Dielson Pessoa de Melo após um assalto. Mas a raiva acabou virando matéria-prima criativa. A obra se ergue como um manifesto poético e de esperança por um Recife melhor, onde a arte supera a dor.

Esta mensagem ganha corpo através de uma fusão ousada de linguagens. Dança, performance, projeções visuais e iluminação cenográfica dialogam com a batida pulsante do hard techno alemão. O espetáculo captura o espírito libertário que faz da cena berlinense um fenômeno cultural único — e o conecta com as urgentes questões urbanas do Recife.

A experiência imersiva reverbera através das pick-ups de Lucas Ferraz, da guitarra de Davi, da bateria de Iezu e da performance de Maria Barreira. Para Maria, atriz e bailarina, a revolta de Dielson lhe trouxe um sentimento familiar, transformado em uma coreografia cheia de intensidade. “A minha interpretação, que une atuação e dança, nasce do humano, onde o resgate do que já foi vivido e a compreensão das experiências se cruzam com a arte”.