Muito mais que uma diarista
Ingrid Gaigher celebra o reconhecimento do público, em tão pouco tempo, ao viver Lucimar no remake de "Vale Tudo", papel imortalizado por Maria Gladys
ROBSON GOMES
Especial para o Viver
Publicação: 28/04/2025 03:00
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Se na versão original a personagem era resumida na sinopse a uma faxineira “de personalidade forte, aquela que gosta de uma briga”, em 2025 Lucimar ganhou mais camadas. Ela agora também é mãe de Jorginho (Rafael Fuchs), fruto da sua breve união com Vasco (Thiago Martins). Lucimar conta com o pai do menino quase que de forma decorativa, abrindo espaço para discutir uma pauta bem atual: a vida de uma mãe solo.
Em entrevista exclusiva ao Viver, a atriz carioca celebra a grande oportunidade que tem nas mãos. “Conhecia Vale Tudo como ‘a novela das novelas’, mas ainda não era nascida quando foi ao ar, então não consegui assistir”, confessa ela, que relembrou sua chegada na trama: “Foi um convite da produtora de elenco, Patrícia Rache, que pensou em mim como a possível Lucimar. Por algum motivo os testes pararam e dois meses depois ela voltou a me escrever sobre a seleção e pude fazer. Passados alguns dias, ela me ligou perguntando se eu estava pronta para a personagem. Uma sensação que nunca vou esquecer”.
PREPARAÇÃO
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A versão Lucimar de 2025 tem a sua própria família |
Para a atriz – que tem longa experiência no teatro, em filmes e em séries – e faz sua segunda novela da carreira após Quanto Mais Vida, Melhor (2021), seu papel no remake tem mais profundidade. “Acredito que estamos agregando a Lucimar uma história dela, que não esteja só em função da trama dos outros personagens. Também estamos retratando hoje uma trabalhadora periférica com sua humanidade e respeitando o tom cômico dela. Tudo isso agrega para um universo plural e humano da Lucimar, que agora tem família e outros conflitos”, explica.
E mesmo com tão pouco tempo no ar, Ingrid já sente a repercussão de seu trabalho: “É impressionante como a novela conecta nosso trabalho às pessoas e ao Brasil. Fico emocionada com esse poder que a trama tem, e numa velocidade incomparável. Me divirto vendo os memes, a criatividade do público com as especulações sobre a trama e os personagens. É um termômetro muito direto. A cobrança é enorme também e sentimos essa pressão. Mas no nosso caso, isso foi propulsor para nos dedicarmos mais a esta obra que, por sinal, sou muito fã”.
Prometendo entregar mais boas sequências, ora cômicas ora dramáticas, Ingrid tem sua opinião se vale realmente tudo para subir na vida. “Não vale meu senso ético, minha espiritualidade, minha fé no amor, nas minhas amizades e família. Não vale subir na vida passando por cima do que me rege como ser humano, até porque queremos muito o pote de ouro, mas só sabemos a cor dele quando pegamos para nós. E se eu chegar lá, olhar para o lado e não tiver nada? Não faz sentido”, encerra a atriz, respondendo de forma espirituosa.