Hitmaker que atravessa gerações
Pernambucano Michael Sullivan é a atração principal da edição de maio do Projeto Seis e Meia, que acontece na próxima sexta-feira, no Teatro do Parque, com show de abertura do duo Café Preto
Allan Lopes
Publicação: 05/05/2025 03:00
“Garoto, você canta muito. Vai para o Rio, você tem o mundo pela frente”. Esse conselho do saudoso Cauby Peixoto mudou para sempre a vida de Ivanilton de Souza Lima. Levando a sério as palavras do ídolo, o jovem saiu do Recife para se transformar em Michael Sullivan – criador de um legado musical atemporal, com mais de 300 canções eternizadas nas vozes de ícones da música e no imaginário afetivo de milhões de brasileiros. Nesta sexta-feira, o artista de 75 anos celebra sua trajetória no Projeto Seis e Meia com o show My Life – Retratos e Canções, no Teatro do Parque.
Os primeiros sinais desse talento excepcional apareceram cedo. Ainda com seu nome de batismo, participou de alguns concursos de calouros e ganhou o primeiro lugar no Varieté, da Rádio Jornal do Commercio, recebendo como prêmio a carteira profissional da Ordem dos Músicos do Brasil e um contrato com a TV Jornal do Commercio. “Até hoje me pergunto como tive coragem e força para cantar ao vivo naquela época, tão novo”, questiona-se, em conversa exclusiva com o Viver. Na mesma época, compartilhava o palco dos auditórios com estrelas em ascensão como Roberto Carlos e Elis Regina. Encontros que hoje soam como premonições do que o aguardava.
Determinado a conquistar seu espaço, a chegada ao Rio reservou ao jovem artista uma realidade brutal. Sem teto e sem recursos, Ivanilton sobreviveu por dez meses nas ruas da capital fluminense. “Mesmo assim, não quis voltar. Eu dizia: ‘Vou ficar aqui’”, relembra. Sua perseverança foi recompensada quando, um ano depois, o destino o colocou no caminho de Tim Maia. “Ele me apresentou ao som de James Brown, Raul Seixas me mostrou o rock e Renato Barros me acolheu. Aqueles caras me tratavam como irmão mais novo, ou quase como um filho”, conta, emocionado.
E os mestres da produção musical começaram a notá-lo. Mauro Motta, um dos maiores do rock brasileiro, o levou para os estúdios como discípulo. “Todo mundo dizia: ‘Você tem que produzir, tem que compor’. E foi o que fiz”, destaca. Dessa forma, surgiram suas primeiras composições, o ingresso no grupo Os Selvagens e o posto cobiçado como guitarrista e vocalista no Renato e Seus Blue Caps, do “paizão” Renato Barros. Faltava apenas um detalhe: um nome à altura da carreira que despontava. “Perguntaram qual seria meu nome artístico. Eu disse: ‘Michael’, por causa do Michael Jackson, ainda um garoto. Mas faltava um sobrenome. Alguém abriu uma lista telefônica, viu ‘Sullivan’, e assim nasceu Michael Sullivan”, explica.
Ele pouco imaginava que aquele nome escolhido ao acaso estamparia as fichas técnicas das maiores produções da TV brasileira. Tudo começaria com My Life, canção que integrou a trilha da novela O Casarão, em 1976, e hoje inspira o título da turnê. O compacto com a música superou a marca de um milhão de cópias vendidas.
Esse foi apenas o primeiro capítulo de uma história que o consagraria como compositor das vozes mais importantes do país, como Gal Costa e Tim Maia em Um Dia de Domingo, Sandra Sá em Retratos e Canções e Rosana em Nem Um Toque. Todas essas pérolas estão reunidas no repertório do show. “São 25 músicas, mas eu poderia cantar 50, 60, até 80, e o público acompanharia. Às vezes eu mesmo me surpreendo”, garante Michael.
Toda vez que pisa em sua terra natal, ele relembra o menino que um dia ouviu as palavras proféticas de Cauby. “Basta começar a conversar, e meu sotaque volta em meia hora”, celebra, em uma mistura de orgulho e nostalgia. “Os troféus ficaram com Michael Sullivan, mas foi o Ivanilton quem tomou as pancadas da vida e não desistiu”, declara, como lados A e B de um disco histórico da MPB.
Os primeiros sinais desse talento excepcional apareceram cedo. Ainda com seu nome de batismo, participou de alguns concursos de calouros e ganhou o primeiro lugar no Varieté, da Rádio Jornal do Commercio, recebendo como prêmio a carteira profissional da Ordem dos Músicos do Brasil e um contrato com a TV Jornal do Commercio. “Até hoje me pergunto como tive coragem e força para cantar ao vivo naquela época, tão novo”, questiona-se, em conversa exclusiva com o Viver. Na mesma época, compartilhava o palco dos auditórios com estrelas em ascensão como Roberto Carlos e Elis Regina. Encontros que hoje soam como premonições do que o aguardava.
Determinado a conquistar seu espaço, a chegada ao Rio reservou ao jovem artista uma realidade brutal. Sem teto e sem recursos, Ivanilton sobreviveu por dez meses nas ruas da capital fluminense. “Mesmo assim, não quis voltar. Eu dizia: ‘Vou ficar aqui’”, relembra. Sua perseverança foi recompensada quando, um ano depois, o destino o colocou no caminho de Tim Maia. “Ele me apresentou ao som de James Brown, Raul Seixas me mostrou o rock e Renato Barros me acolheu. Aqueles caras me tratavam como irmão mais novo, ou quase como um filho”, conta, emocionado.
E os mestres da produção musical começaram a notá-lo. Mauro Motta, um dos maiores do rock brasileiro, o levou para os estúdios como discípulo. “Todo mundo dizia: ‘Você tem que produzir, tem que compor’. E foi o que fiz”, destaca. Dessa forma, surgiram suas primeiras composições, o ingresso no grupo Os Selvagens e o posto cobiçado como guitarrista e vocalista no Renato e Seus Blue Caps, do “paizão” Renato Barros. Faltava apenas um detalhe: um nome à altura da carreira que despontava. “Perguntaram qual seria meu nome artístico. Eu disse: ‘Michael’, por causa do Michael Jackson, ainda um garoto. Mas faltava um sobrenome. Alguém abriu uma lista telefônica, viu ‘Sullivan’, e assim nasceu Michael Sullivan”, explica.
Ele pouco imaginava que aquele nome escolhido ao acaso estamparia as fichas técnicas das maiores produções da TV brasileira. Tudo começaria com My Life, canção que integrou a trilha da novela O Casarão, em 1976, e hoje inspira o título da turnê. O compacto com a música superou a marca de um milhão de cópias vendidas.
Esse foi apenas o primeiro capítulo de uma história que o consagraria como compositor das vozes mais importantes do país, como Gal Costa e Tim Maia em Um Dia de Domingo, Sandra Sá em Retratos e Canções e Rosana em Nem Um Toque. Todas essas pérolas estão reunidas no repertório do show. “São 25 músicas, mas eu poderia cantar 50, 60, até 80, e o público acompanharia. Às vezes eu mesmo me surpreendo”, garante Michael.
Toda vez que pisa em sua terra natal, ele relembra o menino que um dia ouviu as palavras proféticas de Cauby. “Basta começar a conversar, e meu sotaque volta em meia hora”, celebra, em uma mistura de orgulho e nostalgia. “Os troféus ficaram com Michael Sullivan, mas foi o Ivanilton quem tomou as pancadas da vida e não desistiu”, declara, como lados A e B de um disco histórico da MPB.