O último abraço
Público pernambucano foi um dos poucos privilegiados com um show extra do Natiruts, realizado hoje, às vésperas da separação definitiva do grupo
Allan Lopes
Publicação: 23/05/2025 03:00
![]() | |
A última turnê do Natiruts começou em fevereiro do ano passado. Recife foi privilegiada com um retorno do show |
Em circulação desde fevereiro do ano passado, o show já percorreu 15 cidades brasileiras, alcançando mais de 630 mil espectadores. Dessa forma, o Natiruts transformou o que seria um adeus em um triunfante passeio pela memória afetiva de seus fãs. A alta demanda resultou no acréscimo de cinco datas, incluindo um retorno ao Classic Hall, após uma performance histórica em 2024, que agora ganha um capítulo ainda mais emocionante.
E se alguém ainda duvidava da força dessa conexão, as palavras de Luís Maurício dissipam qualquer questão. “A empolgação é sempre muito, muito boa, e a gente ama esse público. Ficou realmente aquela vontade de voltar”, revela, em conversa exclusiva com o Viver. “Recebemos muitas mensagens de pessoas que não conseguiram ir, então nos sentimos na obrigação de dar esse último abraço e ter mais essa oportunidade de viver mais esse momento da turnê de despedida”, completa.
SETLIST
O show terá 2h30 de duração, com mais de 30 músicas no setlist, incluindo clássicos como Presente de um Beija-Flor, Andei Só e Sorri, Sou Rei, além de canções menos conhecidas, mas queridas pelos fãs. No palco, permanece a mesma vitalidade que conquistou o Brasil há três décadas. “A energia que o público passa para a gente é tão boa que vira combustível. Dá uma motivação enorme para a gente”, destaca o baixista.
Se para muitos a separação soa como rompimento, no caso do Natiruts ela vem envolta de leveza e entendimento mútuo. Não houve desavenças, nem desgaste. Apenas a pura necessidade artística de transcender os limites do reggae e evitar a repetição. “Dentro do que a gente se propôs a fazer, exploramos tudo o que era possível”, afirma. Enquanto seu parceiro segue novos rumos solo, Luís prefere manter o futuro em aberto. ‘Ele não deve se prender a fórmulas - até porque, reggae é Natiruts’, crava o músico
Ao encerrar este ciclo, Luís não carrega nas malas apenas recordações, mas a certeza de ter cumprido a sua missão artística.” Levamos só boas lembranças, com a alma leve, serena, e a sensação plena de que demos o nosso máximo. E, acima de tudo, somos muito gratos por tudo o que a vida nos proporcionou até aqui”, celebra ele. Como nos versos que sempre cantou, fica a lição: boas energias e memórias felizes são, no fim, o que realmente permanece.