Uma conversa que fez história
Com direção de Jorge Furtado e Yasmin Thayná, "Virgínia e Adelaide" retrata o encontro das pioneiras da psicanálise, equilibrando leveza e profundidade
ANDRÉ GUERRA
Publicação: 10/05/2025 03:00
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Gabriela Correa e Sophie Charlotte são as protagonistas |
Gabriela Correa interpreta Virgínia, mulher negra e primeira psicanalista brasileira da história, enquanto Sophie Charlotte vive Adelaide, alemã judia também psicanalista, que fugiu da ascensão nazista. Por cerca de 1h30, o público acompanha esse encontro ocorrido em 1937, no qual delicados assuntos são tratados e provocam uma forte conexão entre ambas, através de suas dores e afetos.
Apesar da densidade temática, os diretores conduzem o balé verbal das atrizes com um dinamismo visual que foge da veia teatral do texto e, no processo, encontra um tom bem-humorado e cheio de ternura. Em conversa exclusiva com o Viver, Sophie enaltece a leveza do filme. "O humor é um veículo de transformação muito poderoso, ainda mais do que o drama. Com o estilo notório do Jorge e o jeito espontâneo da Yasmin, tivemos o equilíbrio perfeito para que esses diálogos tão cerebrais entre elas fluíssem bem. Foi uma experiência luminosa", exalta ela, que voltará à TV em outubro como uma das protagonistas da novela Três Graças.
Já Gabriela Correa revela: "Eu não conhecia a Virgínia quando fui convidada, então um mundo novo se abriu diante de mim. Ela foi uma personalidade inaugural". E completa: "Fiquei fascinada de saber que uma mulher negra nos anos 1930 conseguiu, com coragem e urgência, cravar seu nome na história".