Chico Buarque sob a lupa de Theo Bial Filho de Pedro Bial e da atriz Giulia Gam, artista carioca revisita as canções do mestre da MPB com sua assinatura pessoal em novo álbum

Allan Lopes

Publicação: 25/06/2025 03:00

O cantor recria pérolas como Homenagem ao Malandro (FERNANDA ASSIS/DIVULGAÇÃO)
O cantor recria pérolas como Homenagem ao Malandro
Aos 27 anos, Theo Bial caminha com naturalidade entre a bossa nova e o samba. O artista carioca, filho do apresentador Pedro Bial e da atriz Giulia Gam, encontrou em Chico Buarque uma fonte inesgotável de inspiração. Primeiro nos vídeos caseiros publicados nas redes sociais, e agora no álbum Theo Canta Chico, já disponível nas plataformas digitais. Nele, revela não apenas devoção ao mestre da MPB, mas a maturidade de quem dialoga com a obra buarqueana em vez de simplesmente reproduzi-la.

Theo Canta Chico é o primeiro trabalho de Theo como intérprete e o quarto de sua discografia. Antes dele, lançou Do Amor à Sabedoria (2018), ainda sob o nome Theozin, seguido por Vertigem (2022) e Neo-Bossa (2023). A semente do projeto foi plantada lá em 2019, quando tocava na noite, pelo Rio de Janeiro. Na intimidade da Casa da Glória, já cantava, acompanhado de seu violão, pérolas que agora integram o lançamento mais recente, como Quem Te Viu, Quem Te Vê (1967), Essa Moça Tá Diferente (1970) e Homenagem ao Malandro (1978).

Para além do repertório mais popular, o álbum também acolhe faixas menos conhecidas. São os casos de Cecília (de Chico e Luiz Cláudio Ramos, lançada em 1998) e Leve (Chico e Carlinhos Vergueiro, de 2006) e, que, segundo Theo, carregam uma beleza e sensibilidade que o tocam profundamente. "São músicas que representam esse Chico mais recente, e que eu quis muito trazer para o álbum", explica, em conversa exclusiva com a reportagem do Viver.

Mais do que homenagear, Theo ousa imprimir sua identidade. Cotidiano (1971), por exemplo, surge como um maracatu, mesclando tradição e experimentação. "Foi uma forma de incorporar outros ritmos brasileiros e também mexer um pouco nos arranjos, para não soar como a versão original", aponta. "Talvez alguém que não goste do Chico possa escutá-lo com outros ouvidos, com mais curiosidade, a partir da minha releitura", afirma Theo, abrindo caminhos por onde novos públicos possam enxergar a beleza que sempre esteve lá.