JOãO ALBERTO 50 ANOS »
O bancário que virou jornalista
Os boletins da AABB, distribuídos pessoalmente nas redações, levaram-no até o diretor do Diario
Rochelli Dantas
rochelli.dantas@diariodepernambuco.com.br
Publicação: 03/12/2019 03:00
Foi na função de bancário que João Alberto descobriu o dom para a escrita. Era ele quem escrevia o boletim da Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB) e distribuía, pessoalmente, nos jornais pernambucanos. Em uma dessas entregas, surgiu a primeira oportunidade de trabalho em um veículo de comunicação. “Quando fui entregar o boletim a Antonio Camelo, que na época era diretor do Diario, ele leu e disse que eu tinha jeito. Lembro que ele disse: ‘Bote o papel aí na máquina e conte um fato que aconteceu hoje’. Eu escrevi, ele gostou e eu fiquei como estagiário no jornal até surgir a primeira vaga”, relembra João Alberto.
Nessa época, a jornada profissional se tornou dupla. Concursado, João continuou no banco como escriturário pela manhã e, à tarde, iniciou a trajetória como repórter. Inicialmente, as matérias eram de polícia, depois, diplomacia, em seguida, primeira página, turismo... As oportunidades apareciam e ele cumpria. “João sempre foi cavador de notícias. Lembro da cheia de 1976, que quase dizimou o Recife, e nós íamos para a cobertura nos caminhões que entregavam jornais. E assim criamos uma amizade. Trabalhávamos muito e íamos compartilhando histórias”, conta Joezil Barros que, na época, era repórter e, anos depois, tornou-se presidente do jornal.
O jornalista Ricardo Noblat foi um dos primeiros profissionais a descobrir o talento de João Alberto para o mundo social. Na época, Noblat era editor da revista dominical do Jornal do Commercio e João Alberto titular de uma coluna de notas no Diario de Pernambuco chamada “Jovem Guarda”. Daí, surgiu o convite para João mudar de casa. Ele topou, mas, por pouco tempo. Meses depois, o Diario o levou de volta para editar sua principal coluna de notas sociais. Era, de fato, o início da coluna João Alberto. “O jornal concorrente queria alcançar um público que João havia descoberto primeiro e que, à época, não era valorizado pelos demais veículos. Nem mesmo o Diário da noite, o vespertino do Jornal do Commercio, valorizava. Foi por isso que o levei para o Jornal do Commercio. E foi por isso que o Diario de Pernambuco o resgatou dali. O ano de 1968 foi um marco em todo o mundo da rebeldia da juventude em todas as áreas. João soube compreender isso muito bem. Foi o triunfo do talento de João”, conta Noblat.
No retorno para o Diario de Pernambuco, João Alberto assumiu a coluna que, na época, chamava-se Diario na Sociedade. “Eu disse que não gostava desse nome. E eu tinha visto em uma das minhas viagens, em um jornal italiano, a coluna com o nome da pessoa. Eu quis botar o meu. Aceitaram e eu fui o primeiro jornalista brasileiro a ter a coluna com o nome do colunista”. Foi daí que surgiu a coluna João Alberto.
Com o espaço conquistado, João queria inovação. “A coluna social não tinha o foco que tem hoje, que é abrangente. Quando João assumiu, o foco era muito Jovem Guarda e o Diario queria atrair ainda mais leitores. E João sempre foi muito cavador de informações e ele começou a buscar outras oportunidades”, relata Joezil Barros. No anseio de trazer uma coluna diversificada e com algo inovador, João Alberto conseguiu um estágio com Zózimo Barroso do Amaral, um cronista já com forte atuação nacional.
Foram 15 dias de aprendizado e de busca por novos modelos. Do período, a principal lição foi de que a coluna precisa ser um jornal dentro do jornal. “Então, eu comecei a falar de economia, esportes, política e de outros assuntos na coluna social”.
Após o estágio, João Alberto também buscou uma maior inserção na alta sociedade, que era bastante restrita. Para isso, contou com a parceria de Helena Pessoa de Queiroz, uma forte presença na sociedade à época. “Procurei por ela e pedi ajuda. E aí, toda festa que ela era convidada, dizia que me levaria. Então, ela me abriu as portas”, relembra.
E, assim, com muita dedicação, criatividade e profissionalismo, João Alberto foi conquistando espaço e respeito na sociedade pernambucana. “João foi o mais inovador de todos que conheci na imprensa pernambucana. E em pouco tempo, soube se impor como o mais importante, o mais lido. Isso se deve à sua criatividade e também à sua extraordinária capacidade de trabalho”, resume Noblat.
Nessa época, a jornada profissional se tornou dupla. Concursado, João continuou no banco como escriturário pela manhã e, à tarde, iniciou a trajetória como repórter. Inicialmente, as matérias eram de polícia, depois, diplomacia, em seguida, primeira página, turismo... As oportunidades apareciam e ele cumpria. “João sempre foi cavador de notícias. Lembro da cheia de 1976, que quase dizimou o Recife, e nós íamos para a cobertura nos caminhões que entregavam jornais. E assim criamos uma amizade. Trabalhávamos muito e íamos compartilhando histórias”, conta Joezil Barros que, na época, era repórter e, anos depois, tornou-se presidente do jornal.
O jornalista Ricardo Noblat foi um dos primeiros profissionais a descobrir o talento de João Alberto para o mundo social. Na época, Noblat era editor da revista dominical do Jornal do Commercio e João Alberto titular de uma coluna de notas no Diario de Pernambuco chamada “Jovem Guarda”. Daí, surgiu o convite para João mudar de casa. Ele topou, mas, por pouco tempo. Meses depois, o Diario o levou de volta para editar sua principal coluna de notas sociais. Era, de fato, o início da coluna João Alberto. “O jornal concorrente queria alcançar um público que João havia descoberto primeiro e que, à época, não era valorizado pelos demais veículos. Nem mesmo o Diário da noite, o vespertino do Jornal do Commercio, valorizava. Foi por isso que o levei para o Jornal do Commercio. E foi por isso que o Diario de Pernambuco o resgatou dali. O ano de 1968 foi um marco em todo o mundo da rebeldia da juventude em todas as áreas. João soube compreender isso muito bem. Foi o triunfo do talento de João”, conta Noblat.
No retorno para o Diario de Pernambuco, João Alberto assumiu a coluna que, na época, chamava-se Diario na Sociedade. “Eu disse que não gostava desse nome. E eu tinha visto em uma das minhas viagens, em um jornal italiano, a coluna com o nome da pessoa. Eu quis botar o meu. Aceitaram e eu fui o primeiro jornalista brasileiro a ter a coluna com o nome do colunista”. Foi daí que surgiu a coluna João Alberto.
Com o espaço conquistado, João queria inovação. “A coluna social não tinha o foco que tem hoje, que é abrangente. Quando João assumiu, o foco era muito Jovem Guarda e o Diario queria atrair ainda mais leitores. E João sempre foi muito cavador de informações e ele começou a buscar outras oportunidades”, relata Joezil Barros. No anseio de trazer uma coluna diversificada e com algo inovador, João Alberto conseguiu um estágio com Zózimo Barroso do Amaral, um cronista já com forte atuação nacional.
Foram 15 dias de aprendizado e de busca por novos modelos. Do período, a principal lição foi de que a coluna precisa ser um jornal dentro do jornal. “Então, eu comecei a falar de economia, esportes, política e de outros assuntos na coluna social”.
Após o estágio, João Alberto também buscou uma maior inserção na alta sociedade, que era bastante restrita. Para isso, contou com a parceria de Helena Pessoa de Queiroz, uma forte presença na sociedade à época. “Procurei por ela e pedi ajuda. E aí, toda festa que ela era convidada, dizia que me levaria. Então, ela me abriu as portas”, relembra.
E, assim, com muita dedicação, criatividade e profissionalismo, João Alberto foi conquistando espaço e respeito na sociedade pernambucana. “João foi o mais inovador de todos que conheci na imprensa pernambucana. E em pouco tempo, soube se impor como o mais importante, o mais lido. Isso se deve à sua criatividade e também à sua extraordinária capacidade de trabalho”, resume Noblat.
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João alberto há 50 anos fazendo história