Mamografia é exame de importância vital
Procedimento é essencial porque detecta tumor em fase anterior à possibilitada pelo autoexame. Biópsia também é aliada de pacientes
Publicação: 28/10/2017 03:00
Durante a segunda gestação, a enfermeira Tarciana Guerra, 44 anos, recebeu em uma rodada de exames preventivos o diagnóstico de câncer de mama. Os nove meses de cuidados do pré-natal foram divididos por sessões de quimioterapia. Após o terceiro mês de gravidez, Tarciana realizou uma mastectomia e, apesar do impacto, a preocupação com a saúde do bebê e os preparativos para o enxoval serviram como incentivo para seguir com o tratamento. Hoje com a filha de um ano e sete meses, ela comemora o fato de ter descoberto a doença na fase inicial, o que possibilitou maior chance de cura.
Atualmente a enfermeira faz ultrassonografias regularmente e toma um bloqueador hormonal para diminuir os riscos de desenvolver novamente a doença. Por ter histórico de câncer de mama na família, Tarciana realizava um exame de imagem a cada ano. A prevenção foi fundamental para conseguir se tratar e manter a gravidez saudável.
“Minha preocupação maior sempre foi a criança e, graças a Deus, consegui ter minha filha com saúde. Precisei passar por cirurgia e fazer químio, mas sei que se tivesse demorado mais tempo para descobrir, o tratamento poderia ser mais difícil”, conta. Mesmo após a realização da cirurgia, a enfermeira não abriu mão de amamentar a filha durante os três primeiros meses de vida, o que se tornou mais um momento de realização durante a batalha contra o câncer.
“Passei por quatro sessões de quimioterapia pouco antes de dar à luz. Foi bem difícil ver meu cabelo cair e tirar a mama. Não contava a ninguém o que estava passado. Só as pessoas mais próximas a mim que sabiam. Mesmo sendo difícil eu não deixei de trabalhar nem de acreditar que poderia me curar e ver minha filha bem”, lembra.
Estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) aponta que em 2017 deverão surgir mais de 57 mil novos casos de câncer de mama no Brasil. A detecção precoce pode aumentar em até 20% os índices de cura e permite um tratamento menos invasivo. “O autoexame é importante, mas a paciente tem que ter em mente que os exames de imagem vão dar a possibilidade de detectar a doença ainda assintomática e lesões não-palpáveis. A mamografia consegue detectar as microcalcificações que não apresentam sinais clínicos. Por isso, a indicação é que, a partir dos 40 anos, a mulher faça mamografia anualmente”, alerta a radiologista Mirela Ávila, responsável pelo setor de Imagem da Mama do Centro de Diagnósticos Lucilo Ávila Júnior, no Recife.
Análise de risco
Uma vez que uma lesão é encontrada, é preciso estudá-la para buscar um diagnóstico. Para analisar a mamografia, existe uma padronização mundial chamada BI-RADS, que considera as características das lesões mamárias e estima o risco de se tratarem ou não um câncer. BI-RADS 4 ou 5 são encaminhados para biópsia. Após decidir que um nódulo precisa ser investigado, é preciso retirar material da lesão. A forma mais simples é a punção com agulha fina (PAAF), mas o material retirado através dela nem sempre é ideal para o diagnóstico conclusivo. A punção é geralmente usada em lesões simples, que parecem benignas ou sem suspeita de câncer, ou em cistos.
O segundo tipo de biópsia é a Core Biópsia, em que se usa uma agulha mais grossa que retira pequenos pedaços do nódulo, anestesia local e uma pistola de biópsia. É bem tolerada pela paciente e o diagnóstico é mais seguro e conclusivo.
O terceiro tipo, ainda pouco disponível no Nordeste, é chamado de biópsia percutânea por aspiração a vácuo ou mamotomia. Nela, a coleta do material que será analisado é feita de modo similar ao procedimento da Core, mas sua agulha é mais grossa e o processo é feito por sucção, o que permite a retirada completa de nódulos de até 1,5 cm. Tem maior acurácia de diagnóstico e ainda pode poupar a paciente de um procedimento cirúrgico. Se a lesão for benigna, a retirada é o bastante. Apenas se houver resultado maligno se faz necessária cirurgia de retirada do tecido ao redor do tumor, por segurança. “Até recentemente, tínhamos a mamotomia como apenas um tipo de biópsia, mas estudos recentes passam a sugerir que a biópsia a vácuo pode ser vista também como forma de tratamento de retirada de lesão na mama”, conta a radiologista.
O Centro Diagnóstico Lucilo Ávila Júnior é o único do Nordeste que oferece esse tipo de biópsia, já há três anos, e chega a realizar em torno de 550 exames deste tipo por mês. “Entre suas vantagens, estão o custo muito menor que o de uma cirurgia e menos riscos para as pacientes”, assegura Mirela Ávila.
Números
Atualmente a enfermeira faz ultrassonografias regularmente e toma um bloqueador hormonal para diminuir os riscos de desenvolver novamente a doença. Por ter histórico de câncer de mama na família, Tarciana realizava um exame de imagem a cada ano. A prevenção foi fundamental para conseguir se tratar e manter a gravidez saudável.
“Minha preocupação maior sempre foi a criança e, graças a Deus, consegui ter minha filha com saúde. Precisei passar por cirurgia e fazer químio, mas sei que se tivesse demorado mais tempo para descobrir, o tratamento poderia ser mais difícil”, conta. Mesmo após a realização da cirurgia, a enfermeira não abriu mão de amamentar a filha durante os três primeiros meses de vida, o que se tornou mais um momento de realização durante a batalha contra o câncer.
“Passei por quatro sessões de quimioterapia pouco antes de dar à luz. Foi bem difícil ver meu cabelo cair e tirar a mama. Não contava a ninguém o que estava passado. Só as pessoas mais próximas a mim que sabiam. Mesmo sendo difícil eu não deixei de trabalhar nem de acreditar que poderia me curar e ver minha filha bem”, lembra.
Estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) aponta que em 2017 deverão surgir mais de 57 mil novos casos de câncer de mama no Brasil. A detecção precoce pode aumentar em até 20% os índices de cura e permite um tratamento menos invasivo. “O autoexame é importante, mas a paciente tem que ter em mente que os exames de imagem vão dar a possibilidade de detectar a doença ainda assintomática e lesões não-palpáveis. A mamografia consegue detectar as microcalcificações que não apresentam sinais clínicos. Por isso, a indicação é que, a partir dos 40 anos, a mulher faça mamografia anualmente”, alerta a radiologista Mirela Ávila, responsável pelo setor de Imagem da Mama do Centro de Diagnósticos Lucilo Ávila Júnior, no Recife.
Análise de risco
Uma vez que uma lesão é encontrada, é preciso estudá-la para buscar um diagnóstico. Para analisar a mamografia, existe uma padronização mundial chamada BI-RADS, que considera as características das lesões mamárias e estima o risco de se tratarem ou não um câncer. BI-RADS 4 ou 5 são encaminhados para biópsia. Após decidir que um nódulo precisa ser investigado, é preciso retirar material da lesão. A forma mais simples é a punção com agulha fina (PAAF), mas o material retirado através dela nem sempre é ideal para o diagnóstico conclusivo. A punção é geralmente usada em lesões simples, que parecem benignas ou sem suspeita de câncer, ou em cistos.
O segundo tipo de biópsia é a Core Biópsia, em que se usa uma agulha mais grossa que retira pequenos pedaços do nódulo, anestesia local e uma pistola de biópsia. É bem tolerada pela paciente e o diagnóstico é mais seguro e conclusivo.
O terceiro tipo, ainda pouco disponível no Nordeste, é chamado de biópsia percutânea por aspiração a vácuo ou mamotomia. Nela, a coleta do material que será analisado é feita de modo similar ao procedimento da Core, mas sua agulha é mais grossa e o processo é feito por sucção, o que permite a retirada completa de nódulos de até 1,5 cm. Tem maior acurácia de diagnóstico e ainda pode poupar a paciente de um procedimento cirúrgico. Se a lesão for benigna, a retirada é o bastante. Apenas se houver resultado maligno se faz necessária cirurgia de retirada do tecido ao redor do tumor, por segurança. “Até recentemente, tínhamos a mamotomia como apenas um tipo de biópsia, mas estudos recentes passam a sugerir que a biópsia a vácuo pode ser vista também como forma de tratamento de retirada de lesão na mama”, conta a radiologista.
O Centro Diagnóstico Lucilo Ávila Júnior é o único do Nordeste que oferece esse tipo de biópsia, já há três anos, e chega a realizar em torno de 550 exames deste tipo por mês. “Entre suas vantagens, estão o custo muito menor que o de uma cirurgia e menos riscos para as pacientes”, assegura Mirela Ávila.
Números
- 57.960 novos casos de câncer de mama, aproximadamente, devem ser diagnosticados no Brasil neste ano, segundo o Inca
- 28% de todos os diagnósticos de câncer em mulheres brasileiras são de câncer de mama, que é o tipo mais comum entre a população feminina no mundo
- 4,1 milhões de mamografias foram realizadas em 2016 através do Sistema Único de Saúde (SUS)
- 2,55 milhões de exames foram realizados por mulheres de 50 a 69 anos, que representam a faixa etária prioritária
- Nódulo fixo e geralmente indolor
- Pele da mama com aparência avermelhada ou retraída
- Alterações no mamilo
- Nódulos nas axilas ou no pescoço
- Saída de líquido anormal das mamas
- Alimentação saudável e atividade física frequente podem reduzir em mais de 20% o risco de câncer de mama
- Também colabora limitar o consumo de bebidas alcoólicas
- A amamentação também é considerada um fator protetor.
- Obesidade
- Sedentarismo
- Tabagismo
- Consumo de bebidas alcoólicas
- Fazer apalpação das mamas com frequência
- Mulheres a partir dos 40 anos devem fazer mamografia a cada ano
Saiba mais...
Biópsias ainda pouco utilizadas