O papel que cabe ao pai quando elas são as grandes protagonistas

Publicação: 12/05/2018 03:00

O primeiro pilar de um parto humanizado é o protagonismo da gestante. A participação do companheiro ou da companheira de quem vai parir, no entanto, é fundamental, segundo as mães. Porém, essa presença muitas vezes esbarra no preconceito e no machismo. Falta incentivo e compreensão da família, de amigos e, principalmente, do mercado de trabalho em relação ao assunto. “Tem-se a ideia de que homem não é para isso, que a preparação para o parto uma tarefa exclusiva da mulher, mas no parto humanizado, a presença do pai é essencial”, ressalta a jornalista Gleiciani Nogueira, 34 anos. O marido dela, Gleyvson Ferreira, 37, a acompanhava em todas as consultas pré-natal, nas rodas de conversa em grupos de gestantes e nas consultorias com uma doula.

A primeira filha do casal, Maria, de 6 meses, nasceu de parto normal humanizado. A equipe respeitou o plano de parto criado pela jornalista. Tocava Ave Maria quando a menina nasceu. Era o anúncio do milagre pessoal que Gleiciani e Gleyvson viviam após dois abortos espontâneos. “Tive duas perdas gestacionais. Só depois descobri a trombofilia. Por causa dos abortos, achei que seria impossível ter um filho por parto normal. Se eu fosse acreditar no que diziam os médicos para não tentar um parto normal por causa desse histórico, não teria tomado essa decisão”, conta. O que a “salvou” das informações que a desistimulavam a ter um parto natural foi o fato de ter se cercado de informações. “Informação é a palavra chave para um parto humanizado. Se eu puder aconselhar outras mães, diria isso: estudem, leiam, se informem sobre seus direitos. Isso associado a uma equipe que acredite nesse tipo de parto, pois a palavra do médico é muito forte nesse momento”.