Só 5% dos bebês nascem em casa

Publicação: 12/05/2018 03:00

É com a propriedade de uma especialista que a atriz e arte-educadora Anaterra Veloso, 27 anos, fala sobre o próprio parto. Desde antes da gravidez, ela já vivia um processo de conexão mais íntima com o corpo e buscava profissionais para auxiliá-la nessa vivência. A gestação de Anahí foi como o ápice dessa revolução. A menina de um ano e nove meses nasceu em casa, dentro de uma piscina inflável, acompanhada da mãe e do pai. Escolha consciente e orientada.

Foi conhecendo o relato de uma amiga que Anaterra decidiu ter um parto domiciliar. A pesquisa Nascer no Brasil, realizada pela Fiocruz, mostra que apenas cerca de 5% dos partos que acontecem no país são sem nenhuma intervenção. Gestantes com gravidez de baixo risco, ou seja, sem complicações, sem doenças associadas como diabetes e hipertensão, com bebê a termo e que entrem em trabalho de parto não induzido podem ter o parto em casa. Porém, os mitos e preconceitos ainda são grandes.

Anaterra teve o apoio determinante da doula e das enfermeiras obstetras do Demáter. Ao longo da gestação, devorou livros, filmes, buscou informações com especialistas e em sites de confiança na internet. Frequentou encontros com outras mulheres para tirar dúvidas e abandonar medos. Dessa forma, pode compreender cada mínima etapa do que é chamado de parto ativo. Inclusive que o universo do parto é cheio de ramificações. Até mesmo o parto domiciliar têm duas vertentes.

Cada passo do nascimento de Anahí estava previsto no plano de parto, um documento que detalha todas as escolhas da mulher no pré-parto, parto e pós-parto e orienta os profissionais. Caso houvesse alguma intercorrência. no plano A. “Quando ela nasceu, foi a coisa mais linda do mundo. Você vê o bebê e pensa: quero ter mais”, conta.