Malhação sem rotina Crossfit vem ganhando cada vez mais adeptos, despertando o espírito do desafio de superar as barreiras dos exercícios físicos

texto: andré clemente | andre.clemente@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 18/02/2017 03:00

Nada contra academias de musculação, mas o lugar do momento é o box (galpões onde ocorrem treinos). Dentro dele, nada de movimentos repetidos ou séries de exercícios que duram semanas. O crossfit, modalidade de atividade física quase que imprevisível, vem ganhando adeptos no Brasil inteiro e o pernambucano abraçou. Já quebrou a barreira inicial de que “é treino de profissional” e se revelou das mais democráticas propostas à disposição no mercado esportivo. A prática tem resultados físicos e vem encantando pelo dinamismo e interação em aulas que estimulam a melhora da performance a partir de competitividade saudável, além do desafio de conquistas diárias, dentro e fora dos boxes.

Dividindo espaço e participando da mesma aula, um oficial da Polícia Militar, uma contadora e um DJ. A lista segue com um médico sedentário, um chef de cozinha atlético e quem mais quiser entrar. Ou seja, não existem barreiras de idade e até mesmo condição física. Augusto Vilaça é policial e garante que o crossfit despertou nele o entusiasmo de querer treinar e levar para fora do box o conceito de melhorar dia após dia. “É tudo muito dinâmico. Você entra na aula e não sabe o que vai treinar, mas sabe que vai ser cobrado, estimulado, desafiado. Faço há dois anos e, fora a disposição para levar o dia, os ganhos foram, na verdade, uma perda: 40 quilos a menos na balança”, destaca. “Foi-me dado um desafio diário. Eu tinha minhas limitações e cada aula eu dava um passo. A evolução é assim, um passo por vez e uma vitória a comemorar todos os dias. Recomendo demais”, ressaltou, orgulhando-se dos calos nas mãos, resultados dos exercícios com barra.

O crossfit foi criado pelo norte-americano Greg Glassman em 2000. Ele não inventou o levantamento de peso, nem a ginástica, nem os abdominais. Criou um treinamento que soma tudo isso, em aula conjunta e funcional, em que todos têm a “obrigação” de se superar, a partir de estímulos externos e próprios.

 (RICARDO FERNANDES/DP)

A contadora Érika Gouveia (foto), de 41 anos, foi atraída por isso. “Me aproximei da modalidade querendo algo diferente do que já tinha feito e o que me conquistou foi a falta de rotina. As aulas são estimulantes e a mistura de tipos de pessoas quando se trabalha em grupo faz você, por exemplo, formar par com uma pessoa completamente diferente, onde cada um tem um ponto a superar”, pontua Érika, ressaltando as mudança de hábito fora do treino, a partir de estímulos dentro do box. “Até minha família entrou no circuito saudável”.