Truque facial virou negócio da China
Aplicativo chinês de retoque de selfies busca "embelezar o mundo", pelo menos em relação às redes sociais
Por Albee ZHANG
da Agência France-Presse
Publicação: 04/03/2017 03:00
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Peng Lin, Wang Peng and Hu Dongyuan posam para selfie... ...que depois de tirada, passa por tramento estético do Meitu... ...para ganhar as redes sociais chinesas sem imperfeições |
Tal maquiagem virtual, que clareia a pele, suaviza as imperfeições e arredonda os olhos - ideal de beleza das chinesas - levaram o app de edição de selfies Meitu ao topo dos downloads na China.
Com mais de 450 milhões de usuários ativos da China, Meitu também está ganhando força no exterior, usando seus recursos mais avançados para desafiar os concorrentes estrangeiros Instagram e Snapchat, que oferecem pouco mais que filtros e adesivos.
A China tem um recorde de 700 milhões de usuários de internet móvel, e muitos deles usam esses aplicativos para melhorar sua aparência digital. “É o mesmo que com as roupas e a maquiagem. São todos recursos para as pessoas se apresentarem melhor”, disse Hu, funcionária de uma agência de viagens, que compara o Meitu com uma forma barata e não permanente de cirurgia plástica.
Meitu, que em chinês significa “foto bonita”, lançou um IPO em Hong Kong em dezembro que na época valorizou a empresa em US$ 4,6 bilhões. Analistas qualificam o Meitu de um caso de teste do potencial global dos aplicativos chineses, particularmente aqueles voltados para mulheres, uma poderosa força de consumo.
“O Meitu realmente compreendeu os conceitos de beleza dos jovens chineses”, diz William Chou, analista de internet da Deloitte China. “O compartilhamento de fotos é um fenômeno global, mas a China é sem dúvida o líder planetário neste âmbito”, acrescentou.
A mania de editar selfies mostra como os chineses vivem cada vez mais online, de modo que a aparência virtual se tornou tão importante quanto a real, disse o professor de psicologia Yu Feng, da Universidade Jiaotong de Xian. “A sociedade moderna passou de uma comunicação cara a cara a uma principalmente via internet”, disse Yu.