O novo quintal para as brincadeiras Academias voltadas para as crianças substituem espaços ao ar livre que marcaram a infância dos pais

Publicação: 24/06/2017 03:00

Pais, mães e os pequenos recifenses já estão se rendendo à ginástica infantil. Na verdade, muitos já aguardavam uma estrutura deste tipo na cidade. É o caso de Carolina Henriques, mãe de Mariah, de dois anos e Romero, de oito. Morando em frente à Hora do Recreio, na Tamarineira, ela explica que o prédio em que a família mora, por ser antigo, praticamente não tem áreas comuns como quadras, parques e até salão de festas. Então, assim que começaram a instalação da academia, ela foi verificar como poderia usar o espaço em atividades com seus filhos. Romero entrou e adorou, tornando-se o primeiro aluno da Hora do Recreio. E, com ele, veio Mariah, que pediu para ir “malhar”. “Eles pedem para vir todos os dias e já notei uma melhora na coordenação e na socialização também. Sem falar que eles relaxam durante a aula, Chegam em casa cansados. Estão até dormindo mais cedo”, relata Carolina.

Para Romero, a razão da vontade de estar sempre na “academia” é que lá ele faz amigos e tem desafios. “Gosto do espaço e de aprender brincadeiras novas. Também estou chamando meus amigos da escola para entrar, porque aí fica mais divertido”, ressalta. A atividade preferida do pequeno é a guerra de bolas. Já Guilherme, também de oito anos, prefere a brincadeira de cambalhotas, o que é feito no chão e no tecido. “Já sei fazer de costas e agora estou aprendendo a dar cambalhota de frente também. Só tem coisas legais para fazer aqui”, ressalta.

Sua mãe, Jaqueline Travassos, que é psicóloga, aprova o entusiasmo. “Antes, a gente tinha quintal, as crianças brincavam na rua, era a preparação física da gente. Agora, não existe isso. A vida mudou e essa ginástica infantil veio suprir essa falta de liberdade, espaço e segurança nas ruas”, detalha. Ela afirma que as atividades, além de trabalharem o corpo, influenciam em outros aspectos como na memorização, concentração e até na autoestima das crianças. “É um momento de conhecimento também, onde a criança vai aprender os limites e as possibilidades do seu corpo sem a pressão de estarem competindo, como nos esportes.”

A dentista Aline Costa, mãe de Mariana, de um ano e sete meses, uma das alunas mais novas da Hora do Recreio, afirma que a conexão da pequena com o espaço foi imediata. “A gente entrou para testar e ela já começou a imitar o circuito que a turma de três anos estava fazendo. É surpreendente”, comenta. Ela acredita que a demanda reprimida por atividades deste tipo é grande em Pernambuco. “A Mariana tem muita energia e quer gastar. Já a levei para a academia para fazer agachamento com ela no colo. Ela adora ser ativa e o espaço dá essa oportunidade da gente tirar as crianças da frente da televisão e fazer com que elas desenvolvam coisas importantes como coordenação motora. Vários adultos têm problemas com isso e ninguém pensa em trabalhar este aspecto nos pequenos, mas é importante. Só vejo benefícios.”

Concentração e autoestima
Além de trabalhar o corpo, as atividades influenciam em outros aspectos como a memorização, a atenção e o relacionamento com outras crianças da mesma faixa etária, tornando-as mais confiantes

Serviços

Academia Hora do Recreio
Rua Sebastião Alves, 45 - Tamarineira
(81) 98889-5163
Plano mensal com uma aula por semana - R$ 110
Facebook: @pratiquemovimento

Fisioclínica Physio Center - Pratique Movimento
Rua Luiz Guimarães, 153 - Poço da Panela,
Telefone: (81) 3268-1782
Plano mensal com duas aulas por semana - R$ 219
Facebook: @horadorecreiorecife

Veja quais as possibilidades de desenvolvimento físico por fases

Dois anos
 
Energia

Nessa fase as crianças são muito ativas e estão mais confiantes nos movimentos. Pular, correr, rolar fazem parte das atividades, auxiliando no desenvolvimento. As habilidades manipulativas também são estimuladas.

Três a cinco anos

Ação

No programa, o ideal é desenvolver atividades que estimulam o movimento, as habilidades coordenativas, percepção espaço temporal e lateralidade. As crianças devem ser motivadas com reforços positivos, aumentando a autoestima.

Seis a oito anos

Força

Nesse programa, as crianças trabalham as habilidades esportivas, através de exercícios lúdicos, que envolvem desafio e motivação. São propostas também atividades cooperativas, mas nunca com competição.

Nove a 11 anos

Potência

Para essa turma, o programa de atividades foca no treino cardiorrespiratório, além de exercícios de força e flexibilidade adequados para a idade.

Fonte: Hora do Recreio