Essa moda nova que veio das índias Pernambuco vê crescer a produção de jaca à medida que cultura de consumo saudável ganha força ao substituir carne vermelha por uma natural, derivada da fruta

texto: Rostand Tiago | rostand.tiago@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 04/11/2017 09:00

Uma imigrante indiana chegou ao Brasil, por meio de navios portugueses, durante o século 18 e se adaptou bem ao país, a ponto de deixar inúmeras gerações de sua família até os dias atuais. Habitando inicialmente uma casa chamada Artocarpus heterophyllus (popularmente conhecida como jaqueira), a jaca ganhou outras residências em sua estada permanente nas terras tupiniquins, como listas de maiores frutos do mundo, mesas de sobremesas, além de ditados populares. Mais recentemente, ela conseguiu um novo feito: virou “carne”. E vem entrando cada vez mais no paladar da população que procura alternativas ao consumo de produtos de origem animal. A “moda” gera impacto direto num mercado, seja ele na diferença média dos preços entre a fruta madura e a carne, ou no aumento da demanda sentido pelo produtor.

E como é possível extrair “carne” de um fruto como a jaca? Primeiro, é preciso que ela esteja verde, pois é obtida a partir das fibras que seguram os bagos da fruta. Quando ainda não madura, a fruta está sem esses bagos, possuindo apenas fibras – nessa fase, aliás, ela também não é doce. Então resta apenas cozinhar a jaca em uma panela. Antes desse cozimento, há quem prefira retirar a casca externa para que a “cola” característica do fruto não vá para a carne. Então, ela pode ser servida em diversos cortes, como em rodelas, triturada ou mais quadradinhos para estrogonofes, coxinhas ou carpaccios.