GNV está mais caro, mas tem vantagem Custo maior para o motorista é a conversão do veículo para o uso do gás natural

MIRELLA FALCÃO
mirellafalcao.pe@dabr.com.br

Publicação: 02/03/2014 03:00

GNV apresentaria grande economia para os motoristas, frente ao etanol e gasolina (FÁBIO CORTEZ/DN/D.A PRESS)
GNV apresentaria grande economia para os motoristas, frente ao etanol e gasolina

O gás natural veicular (GNV) ficou cerca de R$ 0,15 mais caro mês passado e está nas bombas ao preço do R$ 1,79. Mas se considerado os atuais custos da gasolina e do etanol, além do rendimento do veículo com os três combustíveis, o GNV ainda apresentaria uma grande economia. O quilômetro percorrido chega a custar menos da metade. O problema é converter o veículo a gás natural. Como varia entre R$ 1,9 mil e R$ 4,2 mil, nem todos os perfis de consumo compensam o investimento. Para um veículo até 2010 que roda 40 quilômetros por dia, em um ano, já é possível cobrir as despesas com um equipamento mais simples de cilindro menor.

O carro roda, em média, 10 quilômetros com o litro da gasolina e 7 km, com o etanol. No caso do GNV, são 13 km por metro cúbico (m3). Assim, enquanto o custo pelo quilômetro percorrido atualmente é de R$ 0,138 com o gás natural, salta para R$ 0,329 com o etanol e para R$ 0,288 com a gasolina. As vantagens são garantidas para quem já tem o veículo adaptado para o GNV. Para quem ainda precisa converter, vai depender se a distância percorrida diária cobrirá os custos da instalação, que ainda variam conforme o modelo do veículo.

Os carros mais antigos, até 2010, podem receber a instalação de um equipamento mais simples. Chamado de segunda geração, tem custo entre R$ 1,9 mil (com cilindro de 10 m3) e R$ 2,5 mil (18 m3). Os modelos novos, no entanto, requerem a instalação do kit de quinta geração, que pode variar entre R$ 3,5 mil (10 m3) a R$ 4,2 mil (18 m3). “Muitas montadoras também exigem este tipo de equipamento para que não haja a perda de garantia”, conta Geraldo Sousa, proprietário da convertedora Lidergás.

Como calcular despesas

O vendedor da convertedora Autogás, José Maciel, explica que o kit de quinta geração força menos o veículo e também melhora o rendimento. Dessa forma, é preciso rodar bastante para amortizar o investimento na conversão, dentro de um ano. Para calcular a despesa anual, basta multiplicar o custo por quilômetro rodado dos combustíveis pela distância rodada por dia, depois por 30 e por 12. A diferença entre os gastos com o GNV e os dos outros deve ser superior ao aporte na conversão. Por exemplo, quem precisa instalar o kit de quinta geração, tem que rodar pelo menos 80 quilômetros por dia, já que em um ano a economia seria de R$ 4.320, na comparação com a gasolina, e de R$ 5.512, com o etanol.

O proprietário do veículo ainda tem que pagar uma taxa de R$ 48 ao Detran, para alterar o documento do veículo para bicombustível. Anualmente, ainda tem o custo de inspeção veicular do Inmetro de R$ 190. “No Rio de Janeiro, o governo dá 75% de desconto no IPVA. E em São Paulo, 50%. Faltam incentivos como esse para que as pessoas se interessem em converter em Pernambuco”, reclama Geraldo Sousa, proprietário da convertedora Lidergás.