Brasil assume presidência do Mercosul
Proposta brasileira é realizar a ampliação do comércio e promover mais integração regional. Acordo com a UE também está no radar
Publicação: 04/07/2025 03:00
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Lula recebeu a coordenação do bloco das mãos do presidente argentino, Javier Milei |
Ampliação comercial, promoção da transição energética, desenvolvimento tecnológico, combate ao crime organizado e enfrentamento das desigualdades sociais. Essas são as cinco prioridades para a próxima presidência do Mercosul, que será exercida pelo Brasil no segundo semestre deste ano. As pautas foram apresentadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ontem, durante a 66ª Cúpula do Mercosul, em Buenos Aires, na Argentina, quando recebeu a coordenação do bloco sul-americano do presidente argentino, Javier Milei.
A presidência brasileira também buscará o fortalecimento da Tarifa Externa Comum (TEC), a incorporação dos setores automotivo e açucareiro ao regime comercial do bloco, além do fortalecimento dos mecanismos de financiamento de infraestrutura e desenvolvimento regional. O encontro reúne os líderes dos países-membros Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, além da Bolívia, que está em processo de adesão, e países associados, para discutir temas prioritários do bloco.
Para Lula, o Mercosul é um refúgio para os países da região, diante de um mundo “instável e ameaçador”. “Estar no Mercosul nos protege. Nossa Tarifa Externa Comum nos blinda contra guerras comerciais alheias. Nossa robustez institucional nos credencia perante o mundo como parceiros confiáveis. Enfrentaremos o desafio de resguardar nosso espaço de autonomia em um contexto cada vez mais polarizado”, afirmou.
ACORDOS
A primeira prioridade brasileira à frente do Mercosul é o fortalecimento do comércio com parceiros externos. O objetivo do presidente é finalizar o acordo com a União Europeia (UE), considerado o mais importante, que passa pelo processo de internalização por parte dos países envolvidos e ainda sofre resistências, especialmente da França.
Na última quarta, foi anunciada a conclusão das negociações para um acordo com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), formado por Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça. A EFTA é uma organização intergovernamental que reúne uma população de 15 milhões de habitantes, e possui um Produto Interno Bruto (PIB) somado de US$ 1,4 trilhão.
O Mercosul ainda pretende negociar acordos específicos com Canadá e Emirados Árabes Unidos, além de trabalhar por novos parceiros regionais, como o Panamá e a República Dominicana, e atualizar os acordos com a Colômbia e o Equador. Lula ainda quer a aproximação dos países do Cone Sul com o mercado asiático. (Agência Brasil)