A tecnologia e a extinção de profissões Estudo revela carreiras que devem desaparecer e as que vão se beneficiar e se fortalecer com avanços tecnológicos

ROSA FALCÃO
rosafalcao@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 29/10/2016 03:00

O avanço tecnológico e as mudanças demográficas vão impactar no mercado de trabalho mundial. Em especial, as profissões que são mais suscetíveis às inovações do meio digital. Até 2025, a expectativa é que  um em cada três postos de trabalho sejam substituídos pela máquina. Operador de call center e caixa de banco estão na lista de profissões que poderão ser extintas nos próximos 15 anos. Por outro lado, as ocupações que conversam mais de perto com a tecnologia de ponta, entre elas o designer de realidade virtual, despontam como carreiras emergentes. É o que  revela o estudo da consultoria Ernest & Young sobre o futuro do emprego na próxima década.

Antonio Gil, sócio da área de gestão de pessoas da Ernest & Young, explica que o estudo demonstra como as profissões serão influenciadas pelo desenvolvimento da tecnologia. Segundo ele, os profissionais que recebem até US$ 20 (R$ 65) por hora têm tendência maior de serem substituídos por máquinas. “A computadorização e a inteligência da informação são importantes no nosso dia a dia.  Estima-se que em 10 anos, um em cada três postos de trabalho possa ser  substituído pela inteligência artificial.”

O telemartketing é apontado por Gil como uma das áreas em transformação com o avanço da digitalização. “Hoje só fala com a pessoa física quem não consegue resolver o problema.  São apresentadas as opções de acordo com o perfil e as necessidades das pessoas.” O mesmo movimento se aplica ao operador de caixa de banco. Além do caixa eletrônico, o cliente pode usar a internet ou o aplicativo do celular.

Segundo o especialista, cada vez mais as profissões têm que se adaptar à realidade do momento e do tipo de negócio.  Conforme ele, no futuro será valorizado o profissional  que sabe se relacionar com a outra ponta, apresentar qualidade na prestação de serviço e ter um diferencial.

A professora Cássia Albuquerque, do curso de pós-graduação de gestão estratégica de pessoas da Faculdade dos Guararapes, vislumbra novas fronteiras do mercado.  Ela alerta que o momento exige um novo posicionamento dos profissionais, para se inserir nos meios operacionais e mecanicistas de trabalho. “Os profissionais vão ter que se reinventar para conviver com as novas tecnologias.”

O consultor financeiro do Cedepe Gustavo Leandro avalia que o mundo do trabalho passa pelo desemprego estrutural, que é basicamente a troca do homem pela máquina. “A figura humana do atendimento operacional em si vai diminuindo e a tendência é desaparecer em 10, 15, 20 anos.” Segundo ele, a criatividade será determinante para os profissionais do futuro. Cita como exemplo a profissão de professor, que necessariamente não ficará na sala de aula. Um exemplo é a tendência do professor freelancer, que vai ao encontro do aluno onde ele estiver.