Descoberta do mercado infantil

Publicação: 14/01/2017 03:00

Com peças entre R$ 8,90 e R$ 29,90, a Zuzinha Kids, criada em 1998, começou nos fundos de uma casa comum do centro de Santa Cruz, quando o pai de Allan Carneiro trocou a produção de redes pelas confeccões. Allan ajudava costurando, quando chegava da escola. Foi quando ele percebeu que ninguém estava fazendo moda infantil na cidade de forma especializada e nasceu aí a ideia de um negócio neste perfil. Hoje, a marca tem 30 funcionários e 30 colaboradores tercerizados, toda a produção é informatizada e o resultado são mais de 20 mil peças por mês entre bermudas, camisas e shorts infantis. Há clientes em todos os estados do Nordeste e em São Paulo e, no futuro, destinos internacionais como Cabo Verde já estão na programação.

“Acho que, para crescer fora do país temos que atender muito bem o mercado daqui. Queremos a produção cada vez mais automatizada, queremos eficiência no uso dos materiais e também estamos trabalhando as formas de comercialização para atender melhor nosso cliente que vem aqui. Depois disso, podemos pensar em exportar”, reforça Allan. Ele ressalta ainda que as peças mais vendidas são camisas polos, camisas simples, moletons, bermudas e calças, nesta ordem. “A roupa infantil tem um diferencial que é a exigência por conforto máximo. Por isso, o tecido, a modelagem, o desenho e as costuras recebem tratamento especial para não agredir o corpo das crianças. Esse cuidado, faz a diferença. Só trabalhamos, por exemplo, com 100% algodão e tudo passa por uma vistoria completa no final”, completa.

Em 2017, a marca pretende ampliar a produção e trabalhar com novos canais de venda. “O maior desafio da roupa infantil é que temos por obrigação agradar a criança e a mãe, então também devemos reforçar nosso time interno e ampliar nossa cartela de produtos. As peças infantis têm que ser lúdicas e a mãe tem que achar vantagem. Acho que a produção de Santa Cruz agrega muito a esse mercado, porque é algo que as pessoas podem investir o dinheiro, que é barato. Criança muda muito de tamanho e perde muita roupa, então o preço faz a diferença da escolha”, explica o empresário.

Allan revela ainda que, este ano, investiu R$ 350 mil em máquinas novas, buscando sempre modernizar a fábrica. “Automatizando a produção, o que também é um desafio para o polo, a gente diminui os erros e, consequentemente, o desperdício”, completa. Ele reforça, contudo, que, apesar de ser o coração do Polo Têxtil de Pernambuco, falta mão de obra qualificada em Santa Cruz. “Hoje, o que nos salva é a escola do Senai. Os meninos aprendem a mexer nos programas mais modernos, a trabalhar com softwares de desenho. A profissionalização nos poupa tempo e dinheiro e todo o polo precisa disso para melhorar a produção.”