ENTREVISTA >> ROBERTO FREIRE (PPS-SP), DEPUTADO FEDERAL E PRESIDENTE NACIONAL DA SIGLA » "Somos todos oposição ao lulopetismo"

Publicação: 10/12/2013 03:00

O que fez o PPS sair de uma parceria com o PSDB e fechar apoio ao PSB?
Foi da mesma forma que a gente, lá atrás, esteve com Lula e rompeu com ele e apoiou o PSDB contra o lulopetismo. Vamos continuar nos opondo ao lulopetismo e esta candidatura será uma candidatura para derrotar o governo Dilma e, para isso, é necessário que as aposições brasileiras, não importa se recentes ou mais tradicionais e antigas, possam fazer um pacto eleitoral no primeiro turno, plural, e uma unidade no segundo turno para derrotá-los. Nessa avaliação, o PPS crê que a candidatura de Eduardo Campos é uma candidatura importante para alcançar esse objetivo porque ele ajuda a levar esse projeto para o segundo turno e no segundo turnos termos a capacidade de nos tornarmos vitoriosos. Aí vem uma outra motivação do ponto de vista da política que é o que essa aliança deve significar: o reencontro histórico de uma esquerda que veio da vertente comunista, no caso PPS vindo do PCB, o PSB e o movimento de Marina que também estão no campo da esquerda, a questão da modernidade, a questão ambiental. Essa visão do reencontro foi muito significativa e, para nós, pernambucanos, é emblemática. É uma relação que tem história principalmente neste momento em que o governo do PT entra num processo de deterioração com denúncias de escândalos gravíssimas em relação ao PT e ao próprio Lula, neste quadro em que o PT mostra incompetência do ponto de vista econômico. O partido acha então que Eduardo, pela boa passagem que teve pelo governo de Pernambuco, pode ser a melhor opção para 2014.

E se em um eventual segundo turno entre PT e PSDB Eduardo ficar do lado de Dilma? Eles foram aliados até pouco tempo…
Não há nenhuma possibilidade. Eu vou trabalhar para que as oposições ao governo Lula estejam unidas no segundo turno. Não vamos discutir desta forma. Vamos discutir que Eduardo e Aécio são alternativas ao governo Dilma e pronto. O PPS trabalha para que num segundo turno qualquer um dos candidatos esteja unido contra Dilma. Senão, por que ficaram contra Dilma num primeiro turno? Para quê a campanha? Isso é tão natural que, por exemplo, mesmo quando não acontece a unidade há uma omissão como em 2010 com Marina. Mas nunca mais será pró-Dilma. O esgotamento do governo Dilma não é o esgotamento de 2010. É bem diferente.

Qual a situação do partido hoje, após a convenção e como o senhor tem lidado com os desgostosos? Falou-se que essa decisão de apoio gerou rachas internos.
Não tem desgostosos coisa nenhuma no PPS. A gente discute no campo das ideias a unidade política. Esse processo de discussão e de embate interno só ajuda no crescimento do partido. Foi uma excelente discussão e agora o partido vai unido para a disputa política.

Durante o congresso também se falou de o PPS lançar candidaturas próprias, inclusive em estados onde o PSB deve ter candidato. Como fica isso?
Não é lançar candidaturas. O PPS já tem candidatos. No Maranhão tem candidato: Eliziane Gama, fechada com o PPS. Distrito Federal, Eliane Pedrosa, e, no Amazonas, Hissa Abrahão.

Mas o PSB tem nomes nesses lugares…. Já se está conversando com o PSB sobre isso?
Eu sei que tem. E não, ainda não tivemos nenhum contato. Estamos organizando o modo como o PPS vai vir para Eduardo Campos. Mas o partido vai ter contatos pessoais e a partir daí vamos discutir como vai ser melhor. Mas não tem nada definido. E quanto ao PSB ter candidato é um sinal ótimo que representa que o partido também estará presente nesses estados. Agora, trabalhar para que tenhamos uma ação conjunta será um objetivo a ser perseguido.

Já conversou com Eduardo depois do fim de semana? Como foi a conversa?
Conversei, mas vamos ver como vamos marcar para conversamos pessoalmente. Tem tempo. A conversa foi boa. Ele mostrou satisfação pela decisão e disposição de que seja construída uma boa aliança.