Diario político

marisa gibson
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diariodepernambuco.com.br

Publicação: 01/11/2014 03:00

A receita é outra

Inconformado com a derrota, o PSDB entrou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com uma representação pedindo uma auditoria nos sistemas de votação e de totalização dos votos do segundo turno presidencial, mas já há tantas versões sobre essa decisão, que pode-se creditar a inciativa aos “aloprados” do PSDB. Ontem, representantes da cúpula do partido tentavam poupar a imagem do senador Aécio Neves, candidato derrotado e presidente nacional da legenda, ponderando que ele não havia discutido o caso, ou seja, não teria dado a palavra final. Agora, independentemente de quem deu a ideia ou de quem foi ao TSE protocolar a representação, é evidente que os tucanos ainda estão em estado de choque com a derrota que, por sinal, era mais previsível do que a desejada vitória. Para se ganhar uma eleição presidencial não basta apenas ter bons articuladores políticos e, no caso do PSDB, o partido tem que fazer uma reflexão sobre erros da campanha, que se repetem a cada eleição. Um dos temas recorrentes, a acusação de uso político do Bolsa Família pelo PT no Nordeste, por exemplo, deve ser trocado por algo mais consistente. Se quiser de fato reconquistar a Presidência da República e melhorar seus resultados eleitorais nos estados da região, o PSDB precisa construir um projeto atraente para a região. É unânime que os governos de Lula fizeram muito mais pelo Nordeste do que os governos de Fernando Henrique Cardoso. O blábláblá sobre o uso do Bolsa Família de nada adianta. Os tucanos vão continuar reclamando e perdendo as eleições, além de ver crescer a rejeição ao PSDB com declarações preconceituosas contra os nordestinos.

Para reflexão

De um oficial reformado da Aeronáutica em conversa com um pernambucano esquerdista até a alma: “Dilma só vai governar uns dois anos. A direita vai infernizar a vida dela até arrumar um impeachment para ela cair fora”.

Perspectivas

A perspectiva de dinheiro curto é menos assustadora do que as divergências internas que o governador eleito Paulo Câmara terá que enfrentar antes mesmo de assumir o governo. Antes, o PSB era dividido entre eduardistas e socialistas, agora há o PSB do futuro governador; o PSB do prefeito Geraldo Julio; o PSB de dona Renata Campos, e os outros.

De maiô, agora

Vitoriosos e derrotados nas eleições de outubro estão descansando em praias distantes, a começar pela presidente Dilma, que está na Base Naval de Aratu na Bahia. Além do cansaço da campanha, Dilma foi para Aratu seguindo conselho do colega Barack Obama, que agora quer espioná-la de maiô.

No silencioso

O doleiro Alberto Youssef, que na campanha fazia acusações de acordo com o calor dos debates (o ex-senador Sérgio Guerra recebeu propina para abafar uma CPI da Petrobras) e o resultado das pesquisas ( a presidente Dilma sabia do malfeito que acontecia na estatal), entrou na fase do mutismo. Voluntário?

Ex-secretários

Deputados estaduais, que integraram os governos de  Eduardo Campos e que estão de volta à Assembleia Legislativa, vão ter que reavaliar alguns comportamentos. A maioria deles é vista com reservas pelos colegas, quando se fala na possibilidade de ocuparem cargos na Mesa Diretora. É, o poder é bom, mas tem que ser exercido com parcimônia.