Sala-cofre com joias e obras de arte

Publicação: 12/03/2016 03:00

A Polícia Federal achou uma sala-cofre em uma agência central do Banco do Brasil, em São Paulo, que guarda muitos bens de Lula. O acervo está acondicionado em 23 caixas lacradas no BB desde janeiro de 2011 - são 133 peças, inclusive joias e obras de arte recebidas pelo ex-presidente de chefes de estado. A descoberta foi comunicada pela PF ao juiz federal Sérgio Moro por meio de relatório que inclui fotos do local onde estão os itens.

A sala-cofre no Banco do Brasil na Rua Líbero Badaró foi encontrada pela PF casualmente durante buscas realizadas na residência de Lula, em São Bernardo do Campo, no dia 4 de março, dia em que o ex-presidente foi conduzido coercitivamente pela PF para depor no inquérito da Operação Lava-Jato. Os agentes acharam o documento “Termo de Transferência de Responsabilidade” (Custódia de 23 caixas lacradas).

Ao encontrar a pista sobre o cofre, a PF pediu a Moro autorização para estender a busca para o Banco do Brasil. Moro consentiu. “Foram encontradas nas caixas de papelão, de modo geral, peças decorativas, espadas, adagas, moedas, canetas e condecorações”, diz o relatório da PF, subscrito pelo delegado Ivan Ziolkowski, que ilustrou o documento com fotos de peças do acervo.

O relatório da PF indica. “O gerente Sérgio Ueda disse que as caixas foram depositadas no dia 21 de janeiro de 2011 e foi informado que pertenciam à Presidência da República. Durante todo esse período o material não foi movimentado ou alterado. Relatou ainda que não há custo de armazenagem para o responsável pelo material, conforme declaração anexa.”

Despacho assinado ontem por Moro, que conduz os processos da Lava-Jato, determina a intimação do ex-presidente Lula sobre uma operação de busca de bens depositados numa agência do Banco do Brasil. A busca foi autorizada pelo juiz na terça-feira a pedido do Ministério Público, depois que um documento apreendido na casa do petista apontou que 23 “caixas lacradas” estariam guardadas no BB. A guarda do material, de acordo com os autos, seria feita pela mulher de Lula, Marisa Letícia, e Fábio Luis Lula da Silva, filho do casal. Na decisão que autorizou o recolhimento do material, o juiz pede que sejam coletadas informações sobre quem pagou pelo armazenamento e como isso foi feito. (AE)