Temer veta qualquer concessão em reformas Presidente se reuniu ontem à noite com ministros e líderes da base aliada para discutir questão

Publicação: 24/04/2017 03:00

Meirelles apresentou ao peemedebista o resultado da reunião que teve no FMI (Beto Barata/PR)
Meirelles apresentou ao peemedebista o resultado da reunião que teve no FMI

Em reunião no Palácio do Jaburu na noite de ontem com ministros e líderes da base aliada, o presidente Michel Temer disse que não haverá novas mudanças nos textos das reformas trabalhista e previdenciária. “Não há espaço para concessão”, avisou o líder do governo, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). O encontro durou três horas e serviu para a definição da estratégia final para a votação das duas reformas. Segundo o líder da maioria na Câmara, deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES), Temer disse que o governo considera os relatórios das reformas como produto final das negociações. A ordem, explicou Lelo, é começar as conversas finais com as bancadas e captar o sentimento dos deputados.

Hoje, Temer vai se reunir com os ministros que têm influência na Câmara para pedir que eles se envolvam diretamente nas conversas com os deputados. O presidente também pedirá que os ministros não agendem mais reuniões com os parlamentares em horário de votações importantes na Câmara.

Além de Aguinaldo e Lelo, participaram da reunião no Jaburu o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o líder do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE), e os ministros Antonio Imbassahy (Governo), Moreira Franco (Secretaria Geral da Presidência) e Henrique Meirelles (Fazenda).

Meirelles fez uma apresentação sobre a reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI), realizada em Washington na semana passada, e destacou que a economia brasileira já dá sinais positivos. Segundo o ministro, as reformas vão consolidar os avanços dos últimos meses. Lelo explicou que a reunião foi para fazer um “ajuste de procedimentos”, deixar claro que não haverá novas concessões nas propostas e envolver toda a base na reta final das votações das reformas. “Estamos no aquecimento da base. A base estava um pouco solta”, disse o peemedebista.

A reforma trabalhista deve ser votada amanhã na comissão especial sobre o tema e ir para o plenário no dia seguinte. Já a da Previdência tem votação do relatório na comissão especial da Câmara agendada para o dia 2 de maio, logo após dois protestos contra a reforma convocados para 28 de abril e 1º de maio. O governo teme que as manifestações façam deputados da base desistir de aprovar a reforma. No plenário, o primeiro turno deve ocorrer só em 15 de maio. “Não haverá mais mudança no texto do relator. Não vamos mais ceder. Vamos com esse texto para ganhar ou perder”, declarou Rodrigo Maia.

PREFEITOS
Temer vai lançar um pacote de medidas para apoiar os projetos de concessão das prefeituras. O Ministério das Cidades terá uma linha de financiamento de R$ 2,7 bilhões de acesso a recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para projetos de infraestrutura urbana. A Caixa Econômica Federal dará financiamento para quatro áreas: mobilidade urbana, resíduos sólidos, iluminação pública, além de água e esgoto.

Os valores finais do programa ainda estão sendo fechados pelo Ministério do Planejamento. O presidente deve anunciar os detalhes na abertura do 4º Encontro dos Municípios da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), que ocorrerá amanhã, no estádio Mané Garrincha, em Brasília. O encontro, realizado a cada dois anos, é um dos maiores do país.

A ideia do pacote é acelerar as concessões. As medidas fazem parte da estratégia do governo para dinamizar a atividade econômica com o aumento dos investimentos e da geração dos empregos. (Da redação com Agência Estado)