PSB quer estancar movimentação de FBC Um dia depois de o senador declarar que seu grupo pode ter candidato, socialistas evitam confronto

Aline Moura
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Publicação: 16/08/2017 03:00

O PSB não está medindo esforços para estancar a movimentação do senador Fernando Bezerra Coelho e evitar que ele saia da legenda. Ontem, o presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, voltou a manter um discurso conciliador em relação ao parlamentar, que está na base do presidente Michel Temer (PMDB) e diverge do discurso nacional do partido. Um dia depois de Fernando Bezerra Coelho afirmar que Pernambuco vive um “clima de mudança” e se dizer “animado” com a possibilidade de seu grupo político ter um candidato próprio a governador, Sileno procurou medir as palavras para comentar as declarações do aliado. “Não sei se é o momento de se discutir candidaturas, eleições”, ponderou. Já o governador Paulo Câmara usou poucas palavras, em premiação regional da 12ª Olimpíada Brasileira de Matemática das escolas públicas, e disse desconhecer qualquer avanço do senador para deixar o partido.

Prefeitos e deputados ligados à família Coelho acreditam que o parlamentar já está de malas prontas para migrar para o DEM, que ganhará o nome de Mude após a reforma política. Mas o PSB não dá o fato como consumado. E o próprio Sileno é um termômetro dentro do partido. No mês passado, Fernando Bezerra praticamente lançou o nome de Júnior Matuto para disputar a presidência estadual da legenda socialista – o que seria uma contestação do seu mandato, mas o presidente estadual permanece moderado nas palavras. Ao ser questionado sobre as declarações do senador em entrevistas a rádios e blogs do Sertão do São Francisco, Sileno aliviou. Ele defendeu o governo de Paulo Câmara sem atacar FBC, novamente.  

“O Brasil está passando por um momento de muita dificuldade. Pernambuco está conseguindo sobreviver graças ao empenho e ao trabalho do governador Paulo Câmara e à equipe dele. Acho que a gente tem tempo para discutir. O senador é um grande quadro para o PSB”, afirmou. Sileno complementou que ainda há tempo de se discutir internamente, uma vez que o Congresso Nacional do PSB será realizado em outubro. Ele se referiu ao mal-estar interno que se estabeleceu na legenda após alguns parlamentares decidirem permanecer no governo Temer e votar a favor da reforma trabalhista, entre eles Fernando Bezerra. “Vai haver o Congresso Nacional do partido, em outubro, e o partido está buscando construir sua unidade interna. A discussão com alguns quadros é pontual”.

Sileno garantiu não haver qualquer debate no PSB sobre a possibilidade de Paulo Câmara ser candidato a vice-presidente do PSDB ou do PT, como têm especulado-se em diversos cenários e por várias lideranças políticas. “O PSB quer que Paulo Câmara seja candidato a governador de Pernambuco”.