Operadores do presidente no PMDB

Publicação: 14/09/2017 03:00

O corretor Lúcio Funaro confessou ainda ser o “grande arrecadador de propina do PMDB” e alegou ter conhecimento de que Michel Temer tem “operadores em diversas áreas”. Nos anexos de sua colaboração, já homologada pelo Supremo, ele aponta o ex-ministro Geddel Vieira Lima, o ex-deputado Eduardo Cunha e o ex-assessor do peemedebista José Yunes como os tais operadores do presidente.
A delação de Lúcio Funaro corrobora com relatório da Polícia Federal que concluiu pela existência de um “quadrilhão do PMDB”. A corporação coloca o presidente em papel central em supostos esquemas de corrupção do partido no âmbito da administração pública. No documento, a PF atribui vantagens indevidas de R$ 31,5 milhões a Temer e aponta Geddel e Cunha  como ‘longa manus’ das negociatas.
Funaro relata que “observou com o tempo que em cada área de atuação Michel Temer tinha um operador específico para minimizar o risco de exposição de suas condutas ilícitas”. O delator envolve Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em suposta arrecadação para a campanha de Gabriel Chalita em 2012, da qual teria participado.
Segundo Funaro, R$ 20 milhões que teriam sido desviados do FI-FGTS teriam abastecido a candidatura do então peemedebista à Prefeitura de São Paulo, em 2012, a pedido do então vice-presidente Michel Temer. Já Yunes e Geddel estariam envolvidos em remessa de valores de propinas da Odebrecht. Funaro confessou ter operacionalizado todos estes repasses. Funaro ainda diz que não conhecia o homem da mala dos R$ 500 mil Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor de Temer, “mas que esse era o operador” do presidente, “junto ao Grupo JBS, depois que Geddel deixou de ser ministro”. (Agência Estado)