As ligações entre Aécio Neves e Gilmar Mendes
Ministro do STF falou com senador no dia em que decidiu que o tucano não precisaria depor na PF
Publicação: 20/10/2017 03:00
O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), conversou com o senador Aécio Neves (PMDB-MG) no dia 25 de abril de 2017, quando deu decisão favorável ao tucano para que ele não precisasse prestar depoimento à Polícia Federal em um dos inquéritos da Lava-Jato. A informação consta de relatório da PF incluído em uma das ações que tramitam no tribunal. O documento, datado de 15 de agosto de 2017, não está sob sigilo na corte. No total, considerando dois celulares de Aécio e em dois períodos diferentes, há o registro de 46 ligações por meio de Whatsapp entre eles.
O conteúdo das conversas é desconhecido. A PF fez uma análise dos telefones de Aécio apreendidos em 18 de maio, na operação Patmos. Naquele dia, os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão na casa do tucano.
Em um dos aparelhos estão registradas 38 chamadas entre os dias 16 de março e 13 de maio de 2017. Aécio ligou 25 vezes para Gilmar. Dessas, conseguiram se falar 12 vezes - as chamadas duraram entre 2 segundos e 8 minutos e 34 segundos.
Há registro de sete ligações perdidas de Gilmar para Aécio. Além disso, em outras seis ocasiões, o ministro telefonou e conseguiu falar com o senador - as conversas duraram entre 24 segundos e 3 minutos e 54 segundos. “Verificou-se, ainda, a existências de vários registros de possíveis ligações, via aplicativo WhatsApp, entre a linha telefônica utilizada pelo senador Aécio Neves e a linha gravada na agenda dos seus contatos como sendo do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes”, diz o laudo da PF.
Em seguida, a PF destaca que Aécio é investigado em sete inquéritos que tramitam no Supremo, sendo que Gilmar é relator de quatro. “Nota-se, conforme destaque deste analista na planilha anteriormente reproduzida, que algumas dessas ligações, ou simples tentativa, ocorreram no dia 25/04/2017, mesma data em que o ministro Gilmar Mendes deferiu monocraticamente requerimento do senador Aécio Neves, relativo à suspensão de interrogatório que seria realizado nesta Policia Federal no dia seguinte, 26/04/2017”, mostra o relatório.
Na decisão, Gilmar adiou o depoimento de Aécio por considerar que ele tem o direito de conhecer o que delatores disseram sobre ele antes de ser interrogado.
Em nota, a defesa de Aécio diz que “mantém relações formais com Gilmar Mendes e, como presidente nacional do PSDB, manteve contados com o ministro, presidente do TSE, para tratar de questões relativas à reforma política”.
Por meio de nota, Gilmar Mendes “esclarece que manteve contato constante, desde o início de sua gestão, com todos os presidentes de partidos para tratar da reforma política” e seus encontros “são públicos e institucionais”.
TRABALHO
Gilmar Mendes, ministro do STF e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), disse ontem que trabalha bastante, mas não é vítima de trabalho escravo. “Eu, por exemplo, me submeto a um trabalho exaustivo, mas com prazer. Eu não acho que faço trabalho escravo”, disse Gilmar em evento no TSE.
A declaração foi feita ao comentar a portaria do Ministério do Trabalho publicada na segunda-feira, cujas novas regras dificultam o acesso à chamada “lista suja” de empregadores flagrados por trabalho escravo no país. (Da redação com agências)
O conteúdo das conversas é desconhecido. A PF fez uma análise dos telefones de Aécio apreendidos em 18 de maio, na operação Patmos. Naquele dia, os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão na casa do tucano.
Em um dos aparelhos estão registradas 38 chamadas entre os dias 16 de março e 13 de maio de 2017. Aécio ligou 25 vezes para Gilmar. Dessas, conseguiram se falar 12 vezes - as chamadas duraram entre 2 segundos e 8 minutos e 34 segundos.
Há registro de sete ligações perdidas de Gilmar para Aécio. Além disso, em outras seis ocasiões, o ministro telefonou e conseguiu falar com o senador - as conversas duraram entre 24 segundos e 3 minutos e 54 segundos. “Verificou-se, ainda, a existências de vários registros de possíveis ligações, via aplicativo WhatsApp, entre a linha telefônica utilizada pelo senador Aécio Neves e a linha gravada na agenda dos seus contatos como sendo do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes”, diz o laudo da PF.
Em seguida, a PF destaca que Aécio é investigado em sete inquéritos que tramitam no Supremo, sendo que Gilmar é relator de quatro. “Nota-se, conforme destaque deste analista na planilha anteriormente reproduzida, que algumas dessas ligações, ou simples tentativa, ocorreram no dia 25/04/2017, mesma data em que o ministro Gilmar Mendes deferiu monocraticamente requerimento do senador Aécio Neves, relativo à suspensão de interrogatório que seria realizado nesta Policia Federal no dia seguinte, 26/04/2017”, mostra o relatório.
Na decisão, Gilmar adiou o depoimento de Aécio por considerar que ele tem o direito de conhecer o que delatores disseram sobre ele antes de ser interrogado.
Em nota, a defesa de Aécio diz que “mantém relações formais com Gilmar Mendes e, como presidente nacional do PSDB, manteve contados com o ministro, presidente do TSE, para tratar de questões relativas à reforma política”.
Por meio de nota, Gilmar Mendes “esclarece que manteve contato constante, desde o início de sua gestão, com todos os presidentes de partidos para tratar da reforma política” e seus encontros “são públicos e institucionais”.
TRABALHO
Gilmar Mendes, ministro do STF e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), disse ontem que trabalha bastante, mas não é vítima de trabalho escravo. “Eu, por exemplo, me submeto a um trabalho exaustivo, mas com prazer. Eu não acho que faço trabalho escravo”, disse Gilmar em evento no TSE.
A declaração foi feita ao comentar a portaria do Ministério do Trabalho publicada na segunda-feira, cujas novas regras dificultam o acesso à chamada “lista suja” de empregadores flagrados por trabalho escravo no país. (Da redação com agências)
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