Caneta contra acusações

Publicação: 19/10/2017 03:00

Um total de 71 deputados se manifestou nos últimos dois dias – 56 contra o parecer e apenas 15 a favor, o que sinalizou a intenção dos governistas de acelerar a tramitação e, ao mesmo tempo, fugir do desgaste de defender Temer, presidente com a maior rejeição popular desde pelo menos a redemocratização. Com o esvaziamento das sessões, apenas alguns poucos bate-bocas forma registrados.

Em linhas gerais, a oposição centrou seus ataques na acusação de que Temer usa a máquina para cabalar votos. “Aqui tá rolando coisa, está rolando tudo. Compra de votos!, o povo precisa saber”, discursou de forma inflamada Ivan Valente (PSol-RJ). “Todos aqui sabem, sem exceção, que Temer é um bandido no momento em uso do aparato do Estado. (...) Um gangster se foi (em referência ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha), mas a hora de um ‘bandidão’ como Temer vai chegar”, reforçou Glauber Braga (PSol-RJ).

Na parte do governo, o discurso foi o de que a acusação se resume a delações não provadas. “Não se troca presidente da República como se troca de técnico de futebol”, afirmou Beto Mansur (PRB-SP). Em sua manifestação final, o relator Bonifácio de Andrada rebateu as críticas de que agiu como defensor de Temer, dizendo que não é líder nem ministro do governo. “Não me cabe aqui defender o governo Temer nem tampouco criticar o governo Temer”, afirmou.