Agressão não ocorreu, diz Seap Ex-governador do Rio Anthony Garotinho disse ter sido agredido durante sua primeira noite na prisão, mas não conseguiu comprovar e foi punido

Publicação: 25/11/2017 03:00

A Secretaria de Administração Penitenciária do Rio (Seap) anunciou nesta sexta-feira que vai transferir o ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PR) para o presídio de segurança máxima Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu. A transferência é uma punição. Garotinho afirmou ter sido agredido e ameaçado durante a madrugada, na cela em que estava sozinho, na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte, mas não conseguiu comprovar.

Garotinho disse ter sido atacado por um homem branco de calça jeans, que teria lhe dado golpes com um taco de beisebol em um dos joelhos e em um dos pés, e teria exibido uma pistola. Segundo o ex-governador, o agressor teria dito que ele “falava demais”.

Garotinho prestou queixa na 21ª Delegacia de Polícia, em Bonsucesso, durante a manhã. Depois, foi encaminhado para exame no Instituto Médico-Legal (IML). À noite, porém, a Seap o desmentiu. A secretaria informou que o detento, no momento da suposta agressão, estava sozinho em uma galeria com nove celas – todas vazias. “A Seap ressalta que examinou as imagens das câmeras da unidade, que não detectaram presença de qualquer pessoa ou estranhos na galeria onde se encontra o detento que pudessem causar tais lesões”, informou o órgão, em nota. Em Bangu, Garotinho será monitorado por câmeras todo o tempo.

O juiz Ralph Machado Manhães Júnior, da 98ª Zona Eleitoral, de Campos dos Goytacazes, afirmou ter sido informado de que o ex-governador “estaria causando transtornos na Unidade Prisional onde se encontra, pois teria se autolesionado”. O magistrado autorizou a transferência de Garotinho “em sintonia com a Seap”.

Mais cedo, dois pedidos do MP de transferência de Garotinho para outra unidade prisional foram negados pela Justiça. A promotoria alegava que a segurança do ex-governador poderia estar em risco, mas os juízes da Vara de Execuções Penais (VEP) do Tribunal de Justiça do Rio, Juliana Benevides de Barros Araujo e Guilherme Schilling Pollo Duarte, negaram o pedido.

Na véspera, a filha do ex-governador, Clarissa Garotinho, secretária municipal de Desenvolvimento, Emprego e Inovação da capital, disse estar preocupada com a integridade física do pai e afirmou ter entrado com um habeas corpus para o ex-governador. “Denúncias graves não podem ser tratadas como meras fantasias, ainda mais vindo de agente que atua no sistema penitenciário”, disse. Segundo ela, as ameaças contra seu pai teriam sido denunciadas por um agente. O advogado de Garotinho, Carlos Azeredo, disse que agentes da Seap serão chamados para depor. (Agência Estado)