Lado a lado, porém sem qualquer troca de olhares

Publicação: 11/01/2018 03:00

A composição da mesa para a solenidade de posse, ontem, do presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Marcos Loreto, revelou que o clima de acirramento entre o vice-governador Raul Henry (MDB) e o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) continua nas alturas e a convivência com o governador Paulo Câmara (PSB) e o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), está cada dia mais distante. Na cerimônia, ficou visível o constrangimento. Apesar de ficarem tão próximos fisicamente, a distância política era evidente.

Não houve sequer um aperto de mão ou qualquer tipo de cumprimento entre eles durante os discursos. Logo após a posse, Raul Henry foi o único a ficar para falar com a imprensa e não poupou críticas a Fernando Bezerra. Fugindo ao seu estilo “falante”, o senador deixou o auditório do TCE imediatamente após a posse. Ao ser questionado a respeito do “climão” duranta a solenidade, o vice-governador confirmou que os dois não se falaram. “Não há ambiente”, enfatizou.

Raul fez questão de frisar que estava confiante na vitória de seu grupo político e do MDB de Pernambuco continuar na base do governador Paulo Câmara. ‘Estamos tranquilos com relação a isso. Vamos manter aliança com o PSB e iremos para a vitória em 2018”, disse.

Sobre o ingresso no deputado Jair Bolsonaro do PSL semana passada e o fato do partido estar no leque de alianças do palanque do PSB em Pernambuco, Raul afirmou que a situação precisa ser discutida com calma. “A candidatura de Bolsonaro representa o atraso, representa os setores mais reacionários da sociedade brasileira e é preciso que esse assunto seja discutido e refletido. Tem gente de recesso, muitas pessoas viajando. Carece de uma avaliação”, ponderou.

O vice-governador também falou sobre a decisão do PT nacional em lançar a candidatura presidencial do ex-presidente Lula, mesmo se o petista for condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre. Na sua avaliação, levar adiante a candidatura de Lula nessas condições funcionará apenas como mais uma estratégia eleitoral. “Vejo como desserviço ao país o PT desrespeitar uma decisão da Justiça. Não é para qualquer um desrespeitar. Tem que respeitar as instituições se quiser que de fato o Brasil seja uma democracia e esperamos que seja uma democracia consolidada. É preciso respeitar as decisões no país”, destacou. (Cláudia Eloi)