Aliados reveem acordos no Nordeste

Publicação: 17/02/2018 03:00

Após o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) confirmar a condenação do ex-presidente Lula, aliados do petista no Nordeste ameaçam rever acordos locais com o partido. Caciques do MDB podem cancelar alianças com o PT caso a sigla tenha outro candidato a presidente. O Nordeste é um dos principais redutos eleitorais do petista.

Para evitar uma “debandada”, o ex-presidente procurou caciques para convencê-los a manter as alianças com o PT nos estados mesmo se ele não puder ser candidato. Isso porque os aliados de Lula garantem apoio ao petista, mas não ao restante do PT.

Um dos caciques do MDB que Lula já procurou foi o presidente do Senado, Eunício Oliveira (CE). Eles marcaram um encontro para o início de março. Candidato à reeleição, o emedebista negocia aliança com o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), que também tentará se reeleger, e já declarou publicamente que seu candidato à Presidência seria Lula. Segundo interlocutores, caso o petista não seja o candidato, Eunício pode migrar para outro palanque presidencial.

Lula também tem conversado frequentemente com o senador Renan Calheiros (MDB-AL), que é candidato à reeleição. O parlamentar alagoano defendeu publicamente o ex-presidente após o julgamento, mas reiterou a aliados que sua aliança é “pessoal” com o petista e não se estende a um substituto.

Outros partidos também ameaçam não se aliar ao PT no Nordeste, se Lula não for candidato. Na Bahia, maior colégio eleitoral da região, há um movimento de parte do PP para desfazer a aliança com o governador petista Rui Costa, que disputará a reeleição. O objetivo da sigla, que tem o vice-governador, João Leão, seria aderir à campanha a governador do atual prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, o ACM Neto, que é do DEM. (Da Agência Estado)