Diario político

Marisa Gibson

Publicação: 01/03/2018 03:00

Um recomeço

Como é de praxe, o novo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann,  anunciou ontem as futuras ações de seu ministério e, seguindo a regra, reúne-se hoje com os governadores, que chegam a Brasília com uma boa dose de descrença e de desconfiança. Até porque a reunião  foi convocada pelo presidente  Michel Temer (MDB), que não tem a simpatia de alguns governadores. Na área da violência há graves conflitos de naturezas diversas mas o que se sobrepõe no momento são os frutos político-eleitorais que advirão de um possível sucesso do governo a partir desse novo foco ao combate da criminalidade. Bem, os governadores, especialmente os do Nordeste, já participaram de muitas reuniões com o Governo Temer e nunca tiveram um retorno satisfatório. Agora, voltam ao Planalto como gatos escaldados e sem rotas de fuga. Paulo Câmara (PSB), por exemplo, tem em mãos números comprometedores demais: 2017 ficou marcado em Pernambuco como o ano mais violento da década. Nessa situação, mesmo que considere todo esse movimento um gesto eleitoral e tardio, Paulo assim como os demais governadores estão quase que forçados pelas circunstâncias a darem um crédito de confiança. Afinal, o país não suporta mais tanta insegurança. Agora, mesmo adversário de Temer, o governador tem um bom relacionamento com Jungmann, o qual defendeu diante do presidenciável Ciro Gomes (PDT) que, em almoço no Palácio das Princesas, disse que os ministros pernambucanos só trabalhavam contra o estado. Hoje, ao lado do presidente,Jungmann terá muito o que falar e Paulo, o que ouvir. Vamos ver como essa história vai recomeçar.      

Coligações
Coligar tem sido quase uma obrigação nas eleições proporcionais. Em 2014, no estado, todos os deputados eleitos para a Assembleia e para a Câmara Federal o foram por coligações. Aliás, nas últimas oito eleições pós-redemocratização, nunca um parlamentar federal de qualquer partido foi eleito sem ser por uma coligação, atesta o cientista político Maurício Romão.

Voo solo
Apesar disso, o voo solo pode acontecer. Nas eleições para federal, em 2014, por exemplo, se alçassem voo solo, PSB, PP e PMDB teriam conquistado mais vagas do que o fizeram em alianças. Da mesma forma, para a Assembleia: PSB, PP, PT, PDT e PSDB teriam mais vagas do que obtiveram, se planassem em voo solo.

Mau negócio
Até a próxima semana muitos destinos partidários estarão sendo definidos. Porém, vale lembrar que o retorno do deputado estadual Álvaro Porto ao PTB, depois de uma temporada no PSD, é mais um exemplo de que trocar de partido quase sempre é um mau negócio. O deputado federal Cadoca, sem partido, é outro: depois que deixou o MD, filiou-se ao PSC, depois foi para o PCdoB e PDT. Agora, procura de outra sigla.

Sem sucesso
O ex-governador Joaquim Francisco, hoje no PSDB, passou a maior parte de sua vida pública entre o PFL e o DEM. Teve uma temporada no PTB, depois retornou ao DEM, até que Eduardo o convenceu  em 2010, a se filiar ao PSB e não deu certo.

Dissidente
Às vezes é melhor ser dissidente. A maior parte da trajetória de Jarbas Vasconcelos no MDB é como dissidente. Mesmo antes da disputa com o senador Fernando Bezerra Coelho pelo comando da sigla em Pernambuco, Jarbas já vivia em estado de guerra com a cúpula nacional do partido, mas nunca saiu de lá, com a justificativa que prevalece até hoje - foi um dos fundadores da legenda.

Região Metropolitana
Romário Dias (PSD) trabalha para a inclusão de Paudalho na Região Metropolitana do Recife. Para isso, tem articulado encontros com o governo estadual, além de lideranças políticas e empresariais da cidade: “A medida é um anseio antigo da população e irá melhorar, sobretudo, o sistema de transporte público municipal”.

Segurança
Está em tramitaçã, o na Câmara Municipal, o projeto de lei que trata sobre a segurança dos professores nas unidades de ensino públicas e privadas do Recife. Autor do projeto, o vereador Renato Antunes (PSC) afirma que o primeiro passo para fortalecer o ensino no Recife é garantindo condições de trabalho, e valorizando o profissional da educação.