Geraldo sinaliza por aliança com o PT Na linha do PSB local, prefeito do Recife adota cautela sobre candidatura de Joaquim Barbosa e dá entendimento que a prioridade é fazer alianças locais

Aline Moura
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Publicação: 24/04/2018 09:00

O muro permanece como um lugar seguro para os caciques do PSB de Pernambuco, mesmo após o ex-ministro Joaquim Barbosa (PSB) despontar com 16,3% na pesquisa de opinião do DataPoder360 - resultado divulgado no último final de semana. Embora Joaquim tenha ficado em segundo lugar no levantamento (que não incluiu o nome do ex-presidente Lula), abaixo apenas do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), que tem 22,4%, o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), manteve cautela no apoio à candidatura do novo correligionário. O prefeito voltou a admitir a disposição para dialogar com o presidenciável socialista, mas, de forma simultânea, reforçou elogios à sigla petista e frisou que as conversas com o PT são de “suma importância” para o país. Segundo Geraldo, “o alinhamento (com os petistas) acontece no Brasil inteiro, diante do governo Temer, que atacou tão duramente as camadas mais populares da população”.

O prefeito afirmou que não tem participado diretamente das negociações para selar a aliança com o PT no estado, mas enfatizou que a conversa está sendo “liderada por Paulo Câmara”. Ele não nominou os interlocutores da sigla petista, cuja base defende o lançamento de candidatura própria. “Há sem dúvida um movimento das pessoas que fazem política no campo popular de combater esse governo (Temer) por tudo que ele vem fazendo. Receber o PT numa conversa liderada por Paulo é de suma importância, por toda a relevância que o partido (PT) tem na vida política de Pernambuco”, declarou o prefeito.  

Sobre o desempenho positivo de Joaquim na pesquisa, Geraldo Julio ponderou, sem soltar fogos, como fez a cúpula nacional de legenda. “Costumo não comentar pesquisas, porque elas variam com o tempo. É claro que o nome de Joaquim apareceu com o força e é uma coisa que a gente tem que discutir e debater para tomar uma decisão, tanto dentro do partido quanto para ele mesmo poder tomar uma decisão com segurança”.

Indagado se o estilo intempestivo de Joaquim poderia travar as articulações com outros partidos e ser desfavorável para uma liderança que pretende se tornar presidente, o prefeito optou por dar tempo ao tempo. “Só tive um contato com o ministro. O conheci durante uma conversa muito rápida e breve. Vou ter a oportunidade de conversar muito mais com ele para poder contribuir nesse debate interno que o partido vai fazer”.

O prefeito ainda negou, ontem, que tenha “sentado” para discutir o processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT) com o deputado federal Bruno Araújo (PSDB), em 2016. “Acho que ele (Bruno) deve estar confundindo. Na verdade, ele sentou com Temer para conspirar. Eles foram os que conspiraram no impeachment. Comigo, nenhuma conversa aconteceu”.