Sem TV, Bolsonaro e Marina 'devem cair'

Publicação: 16/04/2018 09:00

As candidaturas do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) e da ex-ministra Marina Silva (Rede) à presidência da República nessas eleições, que lideram pesquisa de intenção de voto Datafolha em cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tendem a perder força durante a campanha, pois não vão ter tempo de televisão para se defender dos ataques que vão sofrer das candidaturas com mais tempo de televisão e mais estrutura partidária.

A avaliação é do cientista político Jairo Pimentel, professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, em entrevista ao Broadcast Político, após a divulgação de pesquisa feita pelo instituto Datafolha. “Todos aqueles que saem na frente nas pesquisas e têm menos tempo de TV, vão sofrer ataques de adversários diretos na luta por uma vaga no segundo turno”, afirmou. Para Pimentel, apesar do alto número de nomes que se apresentam como pré-candidatos, a tendência é que a eleição se concentre mais uma vez entre duas fortes candidaturas, uma mais à esquerda e outra mais à direita, que devem se enfrentar no segundo turno.

Barbosa
O presidente do PSB, Carlos Siqueira, avalia que o resultado da pesquisa Datafolha mostra o potencial da candidatura do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa à Presidência da República.

De acordo com a pesquisa, o ex-presidente do STF aparece em terceiro ou quarto colocado na disputa pelo Palácio do Planalto. A depender de quem são seus concorrentes, ele detém entre 8% e 10% das intenções de voto. “Avaliamos que a candidatura dele tem potencial muito grande. Inclusive, muito maior se considerarmos que a população ainda não está bem informada sobre a candidatura”, afirmou Siqueira. Para ele, o resultado do Datafolha é “animador”. “Alguns postulantes estão há meses (na disputa) ou há mais de um ano, e estão igual ou abaixo (do ministro).”

Já tucanos observam com cautela o ex-governador Geraldo Alckmin, que alcança 8% dos votos no primeiro turno. Na pesquisa anterior, com outros oponentes, o tucano chegava a 11%. A campanha de Geraldo Alckmin disse que o cenário retratado é de “completa indefinição”, uma vez que o eleitor começará a definir o voto em agosto. “A pesquisa precisa ser vista com cautela neste quadro em que candidaturas seguras misturam-se a meras possibilidades, criando cenários e números de relevância questionável.” (Folhapress e AE)