Adversários a caminho do mesmo palanque Com a aliança com o PSB, petista Humberto Costa ganha espaço ao lado de Jarbas na chapa ao Senado

Rosália Rangel
rosalia.rangel@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 22/05/2018 09:00

Em meio às articulações entre PT e PSB para fechar uma aliança no estado, alguns impasses ainda precisam ser resolvidos, mas nada que atrapalhe um projeto que, na perspectiva de alguns socialistas, está com 99% definido pelos petistas. A tendência natural, no caso da coligação ser fechada, é do senador Humberto Costa (PT) ocupar uma das vagas para o Senado ao lado do deputado federal Jarbas Vasconcelos (MDB). Essa união, por exemplo, de acordo com informações de bastidores, vem sendo vista como uma dificuldade para o governador Paulo Câmara (PSB), que terá de explicar ao eleitor a presença de dois adversários ferrenhos (Jarbas e Humberto) no mesmo palanque.

Na composição da chapa majoritária do PSB, a indicação do nome do senador petista atende a um pedido do ex-presidente Lula (PT), que também sugeriu a candidatura do exprefeito do Recife João Paulo para deputado federal. Na época, João Paulo estava no PT, mas deixou o partido e se filiou ao PCdoB. A decisão do PT de firmar aliança com o PSB ou vai optar por uma candidatura própria será tomada no dia 10 de junho, em um encontro promovido pela direção local da legenda.

Questionado sobre a dificuldade da Frente Popular em defender a presença dele na chapa com Humberto, Jarbas amenizou a situação. “Faço parte de uma ampla aliança de partidos que integram o Governo Paulo Câmara desde a eleição de 2014. E quem comanda essa frente partidária e está buscando a sua ampliação com novos partidos é o próprio governador. Sigo apoiando ele e fazendo parte desta aliança, sempre trabalhando e votando no Congresso de acordo com minhas convicções e entendimento”, afirmou o emedebista por meio de sua assessoria de imprensa.

PRESIDÊNCIA
Na semana passada, o parlamentar esteve com o pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, o que também levantou a hipótese de um desconforto, em uma possibilidade de Paulo Câmara apoiar um nome do PT ou de centro-esquerda, no caso o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, à Presidência. Ao comentar o assunto, na última sexta-feira, o vice-governador Raul Henry (MDB) ponderou que a aliança socialista ocorre com vários presidenciáveis e o apoio de Jarbas a Alckmin não deverá ter reflexo na campanha estadual.

No Palácio do Campo das Princesas, as conversas estão a todo vapor, mas sem pressa para definir nomes, de acordo com o secretário da Casa Civil, André Campos. “Estamos tranquilos. O outro lado (a oposição) também não fechou a chapa. Não temos pressa”.

Com a aliança praticamente fechada com o PT, os socialistas praticamente não trabalham com o plano B. No entanto, se o acordo com os petistas não acontecer, os nomes cotados para compor a majoritária são do deputado estadual André Ferreira (PSC), Cleiton Collins (PP), José Queiroz (PDT) e João Paulo. Nas conversas com lideranças políticas, além do debate majoritário, o governador tem pedido apoio para a eleição de João Campos (PSB) a deputado federal.