O apoio de d. Helder e Elis Regina

Publicação: 12/05/2018 09:00

No dia 10 de julho, uma segunda-feira, à noite, d. Helder Camara celebrou uma Via-sacra em intenção da liberdade de Cajá, na igreja matriz de São José. O Diario de Pernambuco noticiou o evento com chamada de capa, no dia seguinte, dizendo: “O ato faz parte das manifestações ontem ocorridas em várias cidades brasileiras, pedindo a liberdade do estudante, preso sob acusação de pertencer ao Partido Comunista Revolucionário”.

Entre os participantes da cerimônia religiosa estava a cantora Elis Regina, que se encontrava no Recife para apresentar o seu show Transversal do tempo. Ela encontrou Leda Alves (atual secretária de Cultura da capital pernambucana) e à noite foram para a cerimônia, quando se encontraram com d. Helder. Elis cantou os hinos religiosos. A foto dos três, juntos, apareceu na capa do Diario naquela mesma edição (o fato seria mais tarde recontado por Marcelo Robalinho, na revista Continente, em 2011), Em papel timbrado do Hotel do Sol, onde estava hospedada, Elis escreveu uma carta para Cajá, afirmando: “Cada momento da sua vida eu acompanho. Num misto de admiração, respeito e sei lá mais o quê.” Na última linha, ela diz: “Muita perseverança. Muita força. Muita paciência, meu irmão.”

Em 1978 a luta pelo fim da ditadura já estava nas ruas. A anistia veio no ano seguinte à prisão de Cajá, em 1979. Mas o regime só cairia em 1985.