Ocultação de patrimônio

Publicação: 29/09/2018 03:00

A Receita Federal investigou denúncia feita em 2008 pela advogada Ana Cristina Valle, ex-mulher do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), de que ele teria ocultado patrimônio da Justiça Eleitoral. Segundo fontes relataram ao Estadão, a Receita não conseguiu encontrar “respaldo documental” que comprove os fatos relatados por ela.

A investigação, no entanto, foi feita apenas com base nos dados apresentados pelo deputado em sua declaração de Imposto de Renda e nos bens registrados em nome de Bolsonaro. Ou seja, não se averiguou se existem outros bens em nomes de terceiros que seriam de propriedade do deputado, como é comum em casos de ocultação de patrimônio.

De acordo com reportagem publicada pela revista Veja, Ana Cristina acusou o presidenciável, entre outras coisas, de ocultar da Justiça Eleitoral patrimônio e de receber pagamentos não declarados em uma ação aberta em 2008 na 1.ª Vara de Família do Tribunal de Justiça do Rio. Bolsonaro, segundo a ex-mulher, não teria informado ter bens que somam R$ 7,8 milhões.

Segundo fontes da Receita, o órgão abre anualmente investigação para apurar a evolução patrimonial de Bolsonaro e de outros contribuintes considerados “politicamente expostos”, que declararam bens acima de um valor relevante (que não é divulgado). Em uma dessas investigações, as denúncias feitas pela ex-mulher de Bolsonaro foram levadas em conta, mas nada foi encontrado. Nos últimos anos, a Receita concluiu ainda que a variação no patrimônio declarado pelo deputado é compatível com a sua renda.

Segundo a revista Veja, Ana Cristina Valle acusou Bolsonaro de furtar um cofre dela em um banco, de ocultar patrimônio e de receber pagamentos não declarados. A ação foi aberta em 2008, logo depois que o casal se separou. (AE)