Com evangélicos, Haddad desmente fake news

Publicação: 18/10/2018 08:30

Em ato com mais de 200 lideranças evangélicas ontem em São Paulo, Fernando Haddad e líderes religiosos aliados ao petista tentaram desmentir as fake news difundidas nas eleições 2018. “Muitos de nossos irmãos estão sendo enganados por pastores mal intencionados ou mal informados”, disse o pastor Ariovaldo Ramos, líder da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito.

Ele abriu o evento com um trecho do evangelho que diz “nada podemos contra a verdade senão a verdade” e encerrou o ato com uma oração rogando “pelo triunfo da verdade contra a mentira”. Em praticamente todas as falas, lideranças religiosas condenaram as mentiras espalhadas nas redes sociais contra o candidato do PT que tinham como público-alvo o eleitorado evangélico.

Haddad distribuiu uma Carta Aberta ao Povo de Deus na qual relata sua formação religiosa - seu avô era sacerdote da Igreja Católica Ortodoxa - e também tenta esclarecer as mentiras espalhadas via WhatsApp voltadas ao público evangélico.

“Nenhum de nossos governos encaminhou ao Congresso leis inexistentes pelas quais nos atacam: legalização do aborto, kit gay, taxação de templos, proibição de culto público, escolha de sexo pelas crianças”, diz o documento.

O candidato lembrou que em sua passagem pela Prefeitura de São Paulo aprovou normas que flexibilizavam as exigências legais para cultos na periferia da cidade. “Não é uma carta de conveniência”, disse o petista. “Além de ter sido educado no cristianismo, escolhi abraçar o cristianismo”, completou. “Estamos tentando acordar os evangélicos para essa realidade do ‘fake news’, eles estão sendo enganados”, disse o pastor Ariovaldo Ramos, da Comunidade Cristã Reformada, que articulou o apoio de evangélicos a Haddad. Ele aponta, no entanto, dificuldades para a campanha do petista. “Não sei se dá para reverter”, comentou, ao citar o apoio articulado de grandes igrejas a Bolsonaro e o cuidado que pastores e fiéis estão tendo em se contrapor a essas lideranças

O pastor Ariovaldo engrossou o coro dos que pedem uma autocrítica do PT após as eleições. “Eles precisam fazer uma revisão da história recente e dizer a todos os eleitores e brasileiros o que aconteceu. Mas agora não dá para fazer isso, agora é hora do embate entre a civilização e a barbárie”, disse. Um dos erros de Haddad, disse o pastor, foi ter chamado o bispo Edir Macedo, da Universal do Reino de Deus, de “charlatão”. “Ele não entendeu que os evangélicos se unem contra o inimigo comum. Faltou assessoria, isso não se fala nunca.” O ato reuniu igrejas históricas como Luterana, Metodista, Batista e Presbiteriana mas também neopentecostais, sobretudo da Assembleia de Deus. (AE)