Brasil aceitará dinheiro chinês, diz Guedes nos EUA

Publicação: 19/03/2019 03:00

Nos Estados Unidos, o ministro da Economia, Paulo Guedes, fez uma provocação aos norte-americanos sobre a relação do Brasil com a China. Ao dizer que o país está aberto a investimentos, Guedes foi claro a sinalizar que o Brasil continuará a fazer negócio com os chineses. “Nós vemos vocês comerciando com chineses há anos. Por que nós não podemos? Por que não podemos deixar eles investirem em infraestrutura?”, questionou o ministro da Economia.

De forma bem humorada, ele mostrou que o país está aberto a quem quiser investir em infraestrutura. “Temos um presidente que adora Coca-Cola e Disneylândia. É uma grande oportunidade para investir no Brasil. Eu os convido para essa nova parceria”, disse. “Vocês podem ajudar a financiar nossas rodovias, ir atrás de concessões de petróleo e gás.”

Os Estados Unidos contam com o Brasil para diminuir a influência da China na América Latina. Guedes foi direto, em discurso a empresários na Câmara de Comércio americana, ao dizer que o país precisa de investimentos em infraestrutura para reduzir o “custo Brasil” e abrir a economia.

O ministro destacou a fusão entre Boeing e Embraer como um exemplo de algo “maravilhoso” na relação entre os dois países. Guedes também defendeu o governo Bolsonaro, disse que o país é uma democracia muito estável e disse que o presidente tem “colhões” para controlar o gasto público. “Ninguém tinha colhões para fazer o controle do gasto público. Agora temos alguém que tem colhões.”

Guedes prometeu descentralização e privatizações, além de redução e simplificação de tributos. Ao falar da composição do governo, disse que a aliança entre conservadores e liberais é a “música” atual do Brasil.

Ao listar todas as mudanças em cursos no país , o ministro da Economia fez um apelo para que os Estados Unidos ajudem o Brasil na candidatura do País à OCDE. A entrada na organização, considerada um clube dos países ricos, é vista por Guedes como um selo de confiança internacional. “Por favor, nos ajudem a entrar na OCDE”, disse. “Os EUA são o único obstáculo para que entremos e é compreensível, porque estávamos na esquerda a maior parte do tempo, mas agora estamos na direita.” (Da Agência Estado)