Bolsonaro não vê "maldade" em diálogos

Publicação: 15/06/2019 03:00

Em café da manhã com jornalistas que cobrem o Planalto, na sexta, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) falou espontaneamente sobre o vazamento de mensagens. “Não vejo nenhuma maldade em advogado conversar com promotor, Polícia Federal falar com promotor. Tem que se falar para achar denúncia robusta”, afirmou Bolsonaro, referindo-se a Moro, mas sem citar o cargo de juiz, ocupado por ele até aceitar o convite para integrar o governo.

Bolsonaro justificou o silêncio que manteve por quatro dias sobre o caso dizendo que “uma imagem vale mais que mil palavras” e citou o fato de ter ido com Moro a uma evento da Marinha, na terça (11), de quem permaneceu ao lado durante a cerimônia. Questionado sobre os desdobramentos que as mensagens podem trazer para a Lava Jato, Bolsonaro minimizou e disse que o Brasil tem muito a agradecer ao ex-juiz. Também disse que o ministro se manteve isento no período das eleições, que ele “não fez campanha” e “nem entrou em campo”. O presidente também disse ser “zero” a possibilidade de demitir o ministro.

Já o vice-presidente, general Hamilton Mourão (PRTB), afirmou que há uma “guerra cibernética” no Brasil. Mourão falava sobre o cenário internacional envolvendo países como a Rússia e a sua suposta interferência em outros governos durante palestra para empresários em evento do Lide-RS (Grupo de Líderes Empresariais) na noite de sexta-feira em Porto Alegre.

“Estamos vendo aí a guerra cibernética atingindo em cheio nosso governo”, disse Mourão, sem entrar em detalhes. (Folhapress)