O Centrão, bloco informal na Câmara dos Deputados que reúne partidos de centro e centro-direita, tem ramificações em todos os estados. Porém, a  nomeação do novo diretor-geral do Dnocs - Departamento Nacional de Obras Contra as Secas-, o pernambucano Fernando Marcondes de Araújo Leão, filiado ao Avante, mas indicado pelo PP, incluiu o Nordeste no centro dos interesses do presidente Bolsonaro, que recorre a uma aliança com aquele grupo político para enfrentar várias frentes de batalhas, a começar pela ameaça de um impeachment.

Com atuação no Nordeste e norte de Minas, o Dnocs é um órgão secular, mas recebeu esse nome em 1945 e desde então carrega uma má fama por ter administrado com pouco êxito e muito custo a chamada velha indústria da seca. Hoje, o Dnocs ocupa um espaço pequeno dentro do governo federal, mas não é de se jogar fora até porque mantém o simbolismo significativo de um órgão executor de obras -  açudes, reservatórios e poços -, o que justifica a sua longevidade.

Não é à toa, portanto, que o PP e o Avante, com lideranças atuantes no Nordeste, tenham sido agraciados com o comando no órgão, que antes estava com o Solidariedade. É entre os nordestinos que se concentra a maior resistência eleitoral a Bolsonaro, sob o comando dos nove governadores da região que não escondem as divergências políticas com o Planalto, sempre exacerbadas com problemas pontuais, como acontece agora com a Covid-19. Enfim, é com o Centrão que o presidente espera resistir à ameaça de um impeachment, à Covid-19 e aos governadores.

Nunca se sabe
A troca de comando no Dnocs foi assinada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Braga Netto, o mesmo que assinou a renomeação de Dante Henrique Mantovani para a Funarte, publicada na última terça-feira e revogada no mesmo dia no final da tarde. Dante havia sido exonerado no dia em que a atriz Regina Duarte assumiu a Secretaria Especial da Cultura. O novo diretor-geral do Dnocs, ocupava o cargo de gerente-geral do Procon/Pernambuco.

Sem nitidez
A ausência de compromissos nas alianças políticas e eleitorais leva a uma falta de nitidez ideológica nesses grupos. Entre os partidos do Centrão, que apoiam  Bolsonaro, há siglas como o Solidariedade, PP e Avante que integram também a base do governo Paulo Câmara, assim como o Republicanos, que está a caminho de um acordo com o PSB.

Ex-juiz e ex-ministro
Sérgio Moro está agora tratando de tirar sua carteira na Ordem dos Advogados do Brasil. Segundo amigos,ele já recebeu também convites de editoras para escrever sobre sua trajetória na Lava-Jato e no Governo Bolsonaro, assim como para fazer conferências em universidades brasileiras e americanas.

Lockdown
O governador Paulo Câmara (PSB) recorreu a uma nota oficial para negar que tivesse adotado o lockdown para conter o avanço da Covid-19. Mas, quando divulgou o texto, já havia um entendimento de que o Ministério Público estadual entraria com uma ação solicitando a adoção da medida mais rígida de isolamento no estado, como de fato aconteceu.

Fake News
O deputado federal Túlio Gadêlha (PDT) protocolou pedido ao Ministério Público Federal e ao Ministério Público de Pernambuco para abertura de inquérito para apurar criminalmente e tomar medidas cabíveis para combater a disseminação de Fake News sobre a Covid-19 no estado.

Mais um
O pré-candidato a prefeito de Palmerinha, Josimar Barreto, teve a ficha de filiação ao Republicanos abonada pelo presidente nacional do partido e vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcos Pereira, e pelo presidente estadual da legenda, o deputado Silvio Costa Filho. “O novo republicanos tem todas as qualidades para ser um gestor que vai fazer a diferença na administração pública”, diz Costa Filho.