Pré-candidatos rejeitam a "velha política"

Publicação: 18/07/2022 03:00

“Nós apresentamos propostas, algumas delas por meio de projetos de lei enviados à Assembleia Legislativa (Alepe), um formato diferente e que vai de encontro a práticas da velha política’’, afirmou Anderson Ferreira durante encontro com apoiadores no Recife em julho deste ano. O termo ‘velha política’ é comum entre candidatos que querem se destacar como alternativas de renovação.

“Entendo que não existe nova ou velha política. (...) Esse debate ganha força, no Brasil, a partir das manifestações de junho de 2013, tendo como pano de fundo uma discussão essencialmente moral sobre a corrupção e os seus desdobramentos. Esse discurso da “nova política” foi bastante frutífero para alguns grupos e elegeu muita gente no meio da década passada”, explicou o cientista político Amarílio Carvalho.

O próprio presidente Jair Bolsonaro (PL), aliado de Ferreira em Pernambuco, é um exemplo de candidato que em 2018 se apresentou como opção contrária à política tradicional. Após os protestos realizados nas ruas do país em 2013, somado aos sentimentos anti-PT e anti-Brasília que tomaram parte da população, a necessidade de combater a “velha política” parecia, para muitos, fazer sentido.

Os também pré-candidatos ao governo de Pernambuco Miguel Coelho (UB) e Raquel Lyra (PSDB) igualmente tentam se consolidar como agentes de renovação para o estado através de palavras como ‘transformação’. No ponto de vista do especialista, no entanto, “Hoje, em um cenário de crise econômica profunda, não vejo a maior parte das pessoas tão interessadas nesse tipo de afirmativa”.