PF: Bolsonaro participou de forma direta Segundo relatório que indiciou 37 acusados, ex-presidente atuou efetivamente na tentativa de golpe de Estado em dezembro de 2022

Publicação: 27/11/2024 03:00

A Polícia Federal (PF) concluiu que o ex-presidente Jair Bolsonaro atuou de “forma direta e efetiva” nos atos executórios para tentar um golpe de Estado em 2022. A informação está no relatório no qual a PF indiciou Bolsonaro e mais 36 acusados por golpe de Estado e abolição violenta do estado democrático de Direito.

De acordo com a PF, Bolsonaro tinha conhecimento sobre o planejamento das ações para atentar contra a democracia brasileira. “Os elementos de prova obtidos ao longo da investigação demonstram de forma inequívoca que o então presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa que objetivava a concretização de um golpe de estado e da abolição do estado democrático de Direito, fato que não se consumou em razão de circunstâncias alheias à sua vontade”, diz o relatório.

A Polícia Federal aponta ainda que Bolsonaro teria conhecimento do plano para matar o presidente Lula envenenado. Segundo fontes da PF, a corporação teria elementos que apontam que Bolsonaro sabia do plano “ Punhal Verde e Amarelo”, que previa matar Lula, o então vice-presidente eleito Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

FUGIR DO PAÍS

A investigação também concluiu que o ex-presidente fugiria do país caso a tentativa de golpe de Estado não fosse bem-sucedida. A PF afirma que existia uma articulação de militares que estavam preparados para retirar Bolsonaro do país caso o golpe não desse certo. As diligências apontam que Bolsonaro tinha como plano enfrentar o Poder Judiciário. O ápice desse enfrentamento ocorreu em 7 de setembro de 2021.

“Os elementos de prova colhidos demonstram que os investigados planejaram o cenário de enfrentamento de Jair Bolsonaro com o Poder Judiciário, que levaria a uma ruptura institucional. Conforme exposto, tal fato ocorreu de forma mais incisiva no dia 7 de setembro de 2021,quando o então presidente ameaçou o STF e seus ministros.” (Agência Brasil, Metrópoles e Correio Braziliense)